Família se recusa a enterrar jovem declarada morta por crer que ela ainda esteja viva
A família de Debora Isis Mendes, de 18 anos, está se negando a enterrar o corpo da jovem, que foi dada como morta desde o último domingo, dia 12 de novembro, no Hospital Geral do Estado, em Rio Lago, Maceió.
Segundo a irmã da vítima, Marta, a garota estava sob cuidados médicos em casa "uma virose", há cerca de um mês, e no dia 6 de novembro deu entrada ao hospital com diagnóstico de infecção urinária e depressão.
Debora foi medicada com calmante e teve uma convulsão, sendo transferida para um hospital particular depois disso. Já no domingo, segundo a irmã Marta, ela teria morrido após um quadro de infecção generalizada e um enfarto.
Acontece que a família acredita que Debora ainda está viva. Isso porque na última quinta-feira, a jovem já tinha passado por uma reanimação cardíaca e domingo, teria tido mais uma. Os familiares optaram por acionar a funerária e levaram o corpo para casa, deixando o caixão dentro da sala até esta terça-feira, dia 14.
"Eu acho que não reanimaram ela no domingo. Deixaram ela morrer. Fizemos todos os exames nela e falaram que ela estava com diabetes também. Depois, teve a infecção generalizada e os rins pararam. No domingo ela piscou um olho, estava respirando fraquinho. Ela se mexeu. Procuramos um médico daqui de perto, mas ele tem problemas com a minha família e se recusou a atender. O corpo ficou no caixão, na nossa sala. Checamos o tempo todo, estávamos abrindo os olhos dela para ver se tinha o brilho, verificamos a pele dela, a temperatura também estava tudo normal. Verificamos até a pressão dela, mas não dava nada. Era muito fraca", diz Marta.
O caso gerou reboliço, com moradores também acreditando que a jovem estivesse viva, chegando a ter um vídeo na internet que mostra um dedo da menina se movendo com diversas pessoas em volta do corpo.
Nesta terça-feira, uma multidão de curiosos se aglomerou em frente à casa da família. A Polícia Civil retirou o caixão do lugar, causando uma grande confusão com pessoas gritando para que o caixão fosse aberto.
O delegado da 12º DP (Rio Largo), Manuel Wanderley Cavalcante, junto com o Ministério Público Estadual, foi quem ordenou o recolhimento do corpo para o Instituto Médico Legal: "O óbito dela foi constatado pelo hospital às 14h10 do domingo. A unidade emitiu uma certidão de óbito e liberou o corpo. O procedimento certo era ir direto para o serviço de verificação de óbito do estado. Mas a família pegou o corpo, chamou uma funerária e levou para casa. No mesmo dia, por volta das 21h, eles disseram que ela respirou. Colocaram na cabeça que ela estava viva. Passou a segunda-feira e eles não procuraram ninguém. Hoje fui lá, sustei o velório, isolei a área e transladamos o corpo para o IML. Lá constataram a morte dela", afirmou ele.
Um procedimento foi instaurado para apurar a real causa da morte e a data do óbito da jovem. "O que nos intriga e que vamos investigar é se ela realmente faleceu às 14h10 do dia 12 ou se morreu posteriormente por asfixia provocada pelos algodões colocados no nariz e no esôfago. Caso fique comprovado que ela morreu depois, o hospital será responsabilizado".
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