União deve apresentar no fim de semana projeto de socorro ao Rio
BRASÍLIA — O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deve se reunir neste fim de semana com o presidente Michel Temer para apresentar uma proposta de solução para a crise fiscal do estado do Rio. Apontado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani, como o político que "poderia ajudar a resolver" a situação econômica do estado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que estava até esta madrugada exercendo a Presidência da República, conversou quinta e nesta sexta-feira com o ministro em busca de uma solução.
— Estamos construindo uma solução junto com ministro Henrique Meirelles. Ele prometeu fazer o que for possível e disse que ainda neste fim de semana apresentará uma solução, primeiramente ao presidente Michel Temer e, depois, a mim, para que, na próxima semana, possamos ter um caminho.
A solução a ser construída precisará, segundo Maia, seguir os critérios estabelecidos pela lei recém-aprovada, para garantir que se cumpram as regras que dão segurança fiscal ao governo federal.
— Ele (Meirelles) disse que no fim de semana terá a solução mais clara possível. Está estudando para não falar coisas que não são possíveis. Tem uma lei e uma questão fiscal que precisam ser respeitadas. Dentro disso vai se construir uma solução que, de fato, dê resultados.
TETO DE GASTOS GERA IMPASSE
A pressão contra o governador aumentou depois que ele se reuniu, na semana passada, com técnicos da Secretaria do Tesouro Nacional. No encontro, teria ouvido que o governo federal não abre mão do cumprimento de todas as exigências feitas pelo Ministério da Fazenda para o ingresso do Rio no plano de recuperação fiscal. Ficou faltando uma: o estabelecimento de um teto de gastos para todos os poderes. Sob a articulação de Picciani, a Alerj aprovou outras oito medidas, incluindo o aumento da contribuição previdenciária de 11% para 14% e a venda da Cedae. Em contrapartida, deputados fizeram um acordo com Pezão para que ele não estabelecesse um limite para as despesas do Legislativo e de outras instâncias estaduais. O governador voltou de Brasília sem convencer o Palácio do Planalto a abrir mão dessa demanda. Ao avisar a parlamentares governistas de que a Assembleia Legislativa terá que aprovar o teto, provocou a ira de aliados, principalmente de Picciani.
— É uma incompetência total, um governo despreparado. O governador é incompetente, não sabe argumentar nem tem força política. Quem pode ajudar a resolver isso, como já ajudou antes, é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e a bancada fluminense na Casa. São eles que têm força com o presidente Michel Temer. Se não, o terceiro escalão do Ministério da Fazenda vai impedir (o ingresso do estado no plano federal de recuperação fiscal). O Rio de Janeiro não pode ser tratado assim. Apesar da incompetência do Pezão, nós fizemos tudo. Mas, para o governador, sempre falta tudo. Ele estava preparado para governar Piraí, não para comandar uma unidade da federação brasileira — disparou o presidente da Alerj em entrevista à rádio CBN anteontem.
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