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Uma pira tipo assim

Por Agência O Globo

27/07/2016 5h00 — em
Rio de Janeiro



A base de uma das piras olímpicas do Rio chegou ao canteiro de obras da Esplanada da Candelária, na tarde do último sábado, coberta por um tecido preto, para que ninguém a visse antes da hora. Foi logo içada por um caminhão Munck e escondida atrás de tapumes. Mas a cada dia aparecem mais pistas sobre a peça, um dos segredos mais bem guardados dos Jogos de 2016. Fontes afirmam que será uma obra do artista americano Anthony Howe, que tem surpreendido o mundo com esculturas cinéticas, cheias de efeitos visuais produzidos através dos movimentos de sua estrutura. Para o símbolo do maior evento esportivo da Terra, a criação de Howe teria uma base de aço e, no topo, formas que lembrariam uma espiral.

Hipermoderna, a escultura ficará no centro de um espelho d’água em construção em frente às tombadas Igreja da Candelária e Casa França-Brasil, construídas entre o final do século XVIII e início do século XIX. Assim como outras obras famosas de Howe, em cidades como Dubai, a do Rio deve ter movimentos circulares. Um estilo de trabalho particular que o artista, nascido em Salt Lake City, começou a desenvolver no fim dos anos 1980. Hoje elas trazem para a realidade peças que podem parecer virtuais, quase sempre em metal e movidas pelo vento, normalmente estudadas em modelos 3D.

“Escultura cinética reside na interseção de inspiração artística e complexidade mecânica”, descreve o artista, em seu site. “A fabricação de uma das minhas peças depende de expressão criativa, fabricação de metal e um processo de design lento em partes iguais. Destina-se a alterar a própria experiência de tempo e espaço quando testemunhado”.

Apesar do vazamento da informação, os organizadores dos Jogos e da cerimônia de abertura não falam sobre o assunto. Eles tampouco dão informações sobre a dinâmica de acendimento da pira, outro mistério. Nos bastidores, comenta-se que, primeiro, seria acionada a chama da pira do Maracanã, local da cerimônia de abertura. Só depois seria acesa a da Esplanada da Candelária, praça na Orla Conde que será apresentada hoje pelo prefeito Eduardo Paes ao presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach.

Enquanto são mantidos mistérios em torno da pira, a tocha olímpica retorna hoje ao estado do Rio, depois de ter passado, em maio, por Bom Jesus do Itabapoana e Itaperuna, no Noroeste Fluminense, e atravessado o país. Nesta nova etapa do revezamento, a primeira parada será nas ruas de Paraty, na Costa Verde. Vinda de Ubatuba, em São Paulo, a tocha chegará à cidade a partir das 15h30m. Vai atravessar a Avenida Roberto Silveira e, então, entrar no Centro Histórico do município, carregada por 12 pessoas, perto de monumentos como as igrejas de Santa Rita e de Nossa Senhora dos Remédios e São Benedito.

Ainda hoje, a tocha segue para Angra dos Reis, também na Costa Verde. A chegada será por volta das 18h30m, no bairro da Japuíba. De lá, seguirá até o Centro, pelas mãos de 52 pessoas, entre elas as gêmeas Bia e Branca Feres, integrantes da equipe olímpica brasileira do nado sincronizado.

Já amanhã pela manhã, a chama olímpica parte para a Ilha Grande e, depois, segue em direção à Região do Médio Paraíba, passando por Rio Claro, Resende, Barra Manda e Volta Redonda. Até chegar ao Rio, no dia 4 de agosto, ela cruzará todas as regiões do estado. Ao todo, 40 dos 92 municípios fluminenses receberão a tocha neste retorno ao Rio.

No dia 31, no Norte e no Noroeste do estado, um ídolo do basquete, o ala-armador Marcelinho Machado, jogador do Flamengo, será um dos condutores. Já na capital, nos dias 4 e 5, a lista ainda não está fechada. Mas os patrocinadores do revezamento confirmam nomes como o ex-técnico da seleção brasileira de futebol Zagallo e Luciano Huck. O apresentador correrá ao lado de um grupo formado por representantes do Coletivo Reciclagem Coca-Cola, que desenvolve cooperativas de catadores de material reciclável.


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