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Marcha da Maré pede fim de violência na região

Por Agência O Globo

23/05/2017 12h05 — em
Rio de Janeiro



RIO — O medo da violência e o desejo de pedir paz promete unir moradores da favela e do asfalto numa grande passeata marcada para acontecer nesta quarta-feira no Complexo de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio. Organizado pelo Fórum Basta de Violência, que reune Ongs e outras instituições da região, o evento foi batizado de “Marcha contra a Violência na Maré” e já recebeu apoio de artistas, estudantes, políticos e empresários cariocas, que prometem engrossar a fila de uma caminhada de cerca de quatro horas pelas ruas da comunidade. Segundo Eliana Sousa Silva, diretora da ONG Redes da Maré e uma das organizadores da marcha, o encontro vai servir para mostrar que a favela e o asfalto podem ser unir para traçar as estratégias de combate à violência. Com cerca de 140 mil moradores, a Maré é formada por 16 favelas, dominadas por três diferentes grupos armados, segundo levantamento da ONG Redes da Maré.

—— As comparações com o ano de 2016 não deixam dúvidas do aumento da violência na Maré: nos três primeiros meses deste ano já ocorreram 13 mortes, contra 33 registradas em todo o ano passado. Este quadro de violência acaba afetando outros bairros da cidade, não fica restrito à favela— diz Eliana Sousa Silva, doutora em Serviço Social pela PUC-Rio.

A atriz Cissa Guimarães emprestou a voz para gravar uma mensagem de convocação que está sendo veiculada esta semana num carro de som que está percorrendo a Maré. Muitos estão publicando vídeos e fotos com mensagens de apoio nas redes sociais. As atrizes Patricia Pillar e Paula Burlamaqui e os artistas plásticos Adriana Varejão e Luiz Zerbini, além do empresário e fotógrafo Oskar Metsavaht já declaram ser a favor deste "Basta!". Assim como as atrizes Carolina Ferraz, Camila Pitanga e os atores Lázaro Ramos e Wagner Moura.

Durante a passeata, que dever duar quatro horas, os participantes vão empunhar cartazes e poderão participar ou apenas assistir a uma série de ações, promovidas por artistas. A coreógrafa Lia Rodrigues, que atua numa das 20 ONGs, coletivos e projetos culturais da Maré, criou uma espécie de coreografia com cartazes. A atriz e artista plástica Maria Luisa Mendonça abriu as portas de seu ateliê, na Urca, para a produção destas peças. A marcha começá 13h.

— Acho importante todo mundo participar. Virou tudo um grande movimento coletivo — diz Maria Luísa Mendonça.

Para facilitar a chegada na Maré, a organização do evento vai oferecer transporte. Haverá vans saindo da Zona Sul e do Centro. Um dos pontos de embarque será na Lapa, em frente à Fundição Progresso, o outro será no Parque Lage. A saída dos carros está marcada para 11h e o retorno, 17h. O transporte custa R$ 20 (ida e volta) e é preciso reservar o lugar pelo email (vanmarchadamaré@gmail.com)

Confira a programação da Marcha:

Programação da Marcha:

​13h Concentração em dois pontos de encontro, um na Praça do Parque União e outro na Associação de moradores do Conjunto Esperança.

​​1​3:15m - Saída a partir dos dois pontos de encontro em direção à praça que fica esquina entre a rua Evanildo Alves e a Rua Principal, na Baixa do Sapateiro, próximo à Lona Cultural Municipal Herbert Viana. Ao longo do percurso a marcha vai passar por várias escolas da Maré e as crianças dessas escolas irão se incorporar juntar ao grupo. No percurso, haverá intervenção artística liderada pela Cia. de danças Lia Rodrigues.

15:30 Chegada no ponto final da Marcha (esquina entre a rua Evanildo Alves e a Rua Principal​)​

15:40 - Leitura da carta-manifesto da marcha da Maré, fala do grupo de mães de vítimas de violações de Direitos Humanos e apresentação de músicas compostas por moradoras e moradores pedindo o fim da violência nas favelas do Rio.

17hs Encerramento, na Rua Evanildo Alves.


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