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Para especialista, falta de transparência só afasta polícia da população

Por Agência O Globo

13/11/2017 21h11 — em
Rio de Janeiro



RIO - Falta de investigação, registros malfeitos e ausência de transparência nas operações policiais e militares no Rio continuam aumentando o número de homicídios sem resolução. Policiais apresentam seus próprios “fatos”, moradores desmentem os policiais e anos se passam sem que os responsáveis pelas mortes sejam processados e punidos. Para os moradores, restam gritos roucos para ouvidos moucos: “queremos justiça”. Para os policiais, fica a impossibilidade de melhorar o patrulhamento. Continua a prevalecer a improvisação e a incapacidade de responder aos imprevistos, seguindo os protocolos e as normas da corporação.

Esse é o nó que mantém o policiamento em níveis baixos de eficácia, com operações que resultam em mortes de jovens recém-saídos de um baile ou de profissionais da segurança surpreendidos em tiroteios. Cabe perguntar: onde está o sistema de gerenciamento de risco e planejamento para deixar claro a moradores e aos próprios policiais quais são as regras a serem seguidas?

Está mais do que na hora de fazer valer as propostas da polícia de proximidade. Ouvir o que têm a dizer os moradores deveria ser parte do policiamento ostensivo, com a aplicação das práticas orientadas para solucionar problemas, que já deu bons resultados em cidades nos EUA que também enfrentam a violência de gangues. As organizações da segurança devem perseguir a transparência e a legitimidade para terem eficácia e menos violência, ou seja, menos mortes desnecessárias.

Mais investigação e punição amenizariam a visão apocalíptica que moradores de ricas cidades brasileiras têm sobre a situação das ruas. Desaparecidos e mortes mal explicadas se acumulam em estranhos escaninhos junto às estatísticas de homicídios. É preciso uma força-tarefa urgente. Já temos o mapa dessa mortes: basta acompanhar a precariedade da cidadania em diferentes municípios da Região Metropolitana e no município do Rio. Há bairros em que mortes violentas tomam proporções assustadoras. É neles em que milícias e traficantes guerreiam e policiais corruptos agem.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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