Manaus/AM - Um policial militar de 26 anos está sendo acusado de estuprar uma adolescente de 16, no Ramal do Brasileirinho. O fato teria ocorrido em março de 2016 e após dois anos, o caso ainda permanece sem solução.

Os dois se conheceram após o militar oferecer uma carona para jovem, em uma viatura da PM. O acusado teria insistido para que ela desse seu telefone e desde então, forçou uma aproximação.

Segundo a mãe da vítima, de 37 anos, o fato aconteceu no dia 16 de março, dias após a carona. A jovem tinha acabado de chegar da escola quando o policial foi até a residência onde ela morava, no bairro Cidade de Deus, para conversar. “Ele ficou insistindo para ela ir até a portaria falar com ele. As imagens mostram minha filha de farda ainda sem nenhuma intenção de sair. Durante a conversa, ele disse para ela entrar no carro que era mais confortável para conversar, porém levou minha filha para o motel”, disse.

Ainda de acordo com a mãe, quando a vítima percebeu para onde estava indo começou a gritar e fazer escândalo dizendo que não queria ir para o motel. Ela saiu do carro e os dois começaram a brigar, mas o PM convenceu a jovem de que iria levá-la de volta para casa.

Durante o trajeto, o militar desviou caminho e levou a vítima para o ramal do Brasileirinho. A adolescente tentou reagir e acabou sendo agredida com socos e tapas pelo PM, que também a enforcou até que ela desmaiasse. Após estuprá-la, o militar teria acordado a vítima sacudindo pelos ombros. 

“A minha filha ficou com medo de ser morta por ele e por isso começou a mentir dizendo que não iria contar pra ninguém, que ele não deveria se preocupar, na próxima vez ela seria melhor. Só assim ele trouxe minha filha pra casa, só eu sei o estado em que ela estava quando chegou”, disse a mãe, e acrescentou que no dia seguinte, ambas procuraram a polícia para denunciar o fato.

O caso foi registrado na Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA). A vítima passou por exames de conjunção carnal e corpo de delito, além de ter feito teste de HIV e gravidez. Segundo delegada adjunta da DEPCA, Joyce Coelho, os resultados dos exames comprovaram que adolescente era virgem e foi vítima de violência física e sexual.

Após concluído, o inquérito policial foi encaminhado para o parecer do Ministério Público Estadual (MP-AM). O Portal do Holanda entrou em contato com o órgão, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta. Também entramos em contato com o policial militar alvo da denúncia, que informou que só vai se pronunciar apenas após o julgamento do processo.

Em nota, a Polícia Militar informou que abriu uma sindicância para apurar o suposto estupro em 2016. Após a constatação dos indícios de crime em 2017, a PM instaurou um inquérito policial onde foi comprovado o delito.

Na próxima segunda-feira(22), um conselho de disciplina deve julgar se o policial vai permanecer na tropa ou será excluído da Corporação. Atualmente, ele cumpre expediente no serviço administrativo.

"Eu só quero que a justiça seja feita. Minha filha fez acompanhamento psicológico de tão traumatizada que ficou, ela não conseguia dormir e quando fechava os olhos, acordava aos gritos. Quero que ele pague pelo que fez", declarou a mãe emocionada.

_{*Os nomes dos envolvidos não foram divulgados por questões jurídicas}