Manaus/AM - A perita criminal e influenciadora digital que se identifica como Gigi Barreto postou um vídeo no Instagram de apoio a colega perita Lorena Baptista, assassinada em Manaus em 2010, onde também pede por Justiça. Na publicação ela conta que conhecia e via Lorena como um exemplo na profissão e de mãe, que sofreu em um relacionamento com o dentista Milton César Freire da Silva, acusado de mata-la em frente do filho pequeno. O caso vai a julgamento nesta quarta-feira (5). 

Ainda na publicação, Gigi Barreto conta detalhes do relacionamento de Lorena com o dentista que constam em diário escrito por Lorena. Trechos do diário foram postados pela perita no Instagram. Gigi pediu para que as mulheres de Manaus e do Amazonas se unam em apoio a Lorena Baptista e peçam por Justiça. Veja a postagem: 

 

 

 

 

Ver essa foto no Instagram

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lembro, quando estava na Academia de Polícia e recebemos a notícia da morte dela, a Perita Criminal Lorena Baptista, morta pelo seu ex marido, e na frente do seu filho. Mulher de uma fé e senso de justiça incríveis! Amanhã dia 05/02/2020 ocorrerá o tribunal de júri do caso, que vem se estendendo desde 2009! Compartilhem, marquem, e oremos para que a amanhã seja feita #JustiçaLorena #feminicidio #peritoscriminais #periciacriminal

Uma publicação compartilhada por GIGI BARRETO ✈️ (@gigibarreto_) em 4 de Fev, 2020 às 9:51 PST

O julgamento estava marcado para iniciar às 8h30 de hoje, no Plenário Santa Cruz Machado (Plenário Principal) no Fórum Ministro Henoch Reis, na zona Centro-Sul de Manaus.

O crime

De acordo com o Inquérito Policial, que originou a denúncia do Ministério Público do Amazonas (MPE-AM), em 5 de julho de 2010, por volta da meia-noite, Lorena, ex-mulher de Milton Silva, chegou ao Condomínio Villa-Lobos, no bairro Parque 10 de Novembro, acompanhada do filho menor do casal, tendo sido recebida pelo porteiro do condomínio. 

Lorena informou que ela e o filho iriam ao apartamento de Milton. Já no apartamento, ainda segundo a denúncia, após uma discussão entre vítima e acusado, Lorena sacou a arma que levava na cintura. A arma teria sido tomada por Milton, que apontou para a cabeça de Lorena e atirou, causando a morte instantânea da perita. Milton deixou o filho aos cuidados de um vizinho e se evadiu a pé do local dos fatos. 

_{Fórum Henoch Reis lotado nesta quarta-feira no início do julgamento do Caso Lorena Baptista}

Tramitação do processo

A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público do Amazonas em 11 de agosto de 2010. Passadas as audiências de instrução de julgamento, a juíza Mirza Telma de Oliveira Cunha absolveu Milton da acusação de homicídio, publicando a sentença de absolvição no dia 11 de fevereiro de 2014. Em 21 de fevereiro, o promotor de justiça do Ministério Público do Estado do Amazonas, Fábio Monteiro, apresentou recurso de apelação contra a decisão da magistrada.

Em agosto de 2015 os desembargadores da 1.ª Câmara Criminal do TJAM reformaram a sentença que absolvia o acusado e o pronunciaram, determinando, assim, que ele fosse levado a júri popular.

A defesa de Milton César recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, em 12 de setembro de 2017, os ministros da Quinta Turma da Corte, por unanimidade, negaram provimento ao agravo regimental. 

Com o recurso negado no STJ, a defesa recorreu do Supremo Tribunal Federal (STF) e, no dia 15 de junho de 2018, por unanimidade, a Segunda Turma do STF rejeitou os embargos de declaração e o processo voltou à primeira instância para que fosse julgado em plenário.

O processo estava pautado para o dia 5 de novembro do ano passado, porém a ausência de algumas testemunhas obrigou o magistrado a adiar a sessão, que foi remarcada para esta quarta-feira, (5). Na oportunidade, tanto defesa quanto acusação assinaram um termo de responsabilidade pela presença das testemunhas na data agendada e, mesmo na ausência de algumas delas, a sessão deverá ser realizada.