Anestesistas ameaçam paralisar serviços no Amazonas devido a falta de pagamentos do governo
Manaus/AM - O Instituto dos Anestesiologistas do Amazonas (IAA) - empresa formada por 184 médicos anestesiologistas que atende 19 Unidades de Saúde em Manaus - pode parar de prestar serviços ao governo do Estado, caso não receba quatro meses de pagamento em atraso. Os médicos estiveram reunidos até às 23h da noite, da última quarta-feira (17) para avaliar o caso. Na ocasião decidiram dar mais um crédito de confiança ao governo de Wilson Lima e aguardar até a próxima semana pela atualização dos pagamentos.
Caso isso não ocorra, à empresa não terá como honrar seus compromissos com fornecedores e os encargos tributários sendo obrigada a paralisar suas atividades. Diante desse cenário, o setor jurídico da empresa protocolou na Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam) um documento onde informa a situação crítica e que, caso o atual quadro não seja alterado, existe uma grande possibilidade da não renovação do contrato com o Estado.
“Somos trabalhadores como todos os outros profissionais como uma responsabilidade maior porque lidamos com vidas humanas. Pessoas podem morrer. Trabalhamos em regime de plantões de 24 horas para manter o atendimento da população, mas temos contas a pagar como todo mundo e fica difícil trabalhar nessas condições”, afirma membros da direção do IAA.
Ainda, de acordo com os médicos, além do acúmulo de pagamentos atrasados, os profissionais têm de lidar com as pressões diárias inerentes a atividade, as más condições de trabalho e da estrutura nas unidades de saúde que colocam a população em frequente risco.
“Sofremos com a redução de profissionais nas unidades de saúde por parte do Governo do Amazonas, o que ocasiona diminuição no atendimento e sobrecarga dos profissionais nesses locais. Todo este conjunto de fatores está criando um movimento de desinteresse do profissional de saúde em atender o setor público e uma migração para iniciativa privada já está em andamento”, alertam os diretores.
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