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Delação e linchamento da classe política


Por Raimundo de Holanda

19/05/2017 21h39 — em
Bastidores da Política



Liberar gravações  da Lava Jato, usadas sem critérios pelas imprensa,  coloca em risco princípios básicos do direito de defesa .

A Ação da Justiça no caso da Lava Jato está colocando em risco princípios básicos do direito de defesa do acusado, prevista na legislação brasileira. Liberar gravações de depoimentos, agora chamados de delação premiada, antes mesmo de uma acusação formal, expõe os investigados ao ‘linchamento’ nacional.
É o mesmo que promover um julgamento público sem processo, onde, diante das acusações dos delatores, os delatados ficam literalmente sem defesa.
Pior que isso, são expostos nas vitrines da mídia sem nenhum padrão de ética profissional, que recomenda “ouvir os dois lados” quando há acusação.
Tais depoimentos deveriam ser tratados como peças de acusação, que só tem validade após confirmados por investigações, nunca antes.

BRAGA NEGA TUDO

Segundo o executivo da JBS, Ricardo Saud, o senador Eduardo Braga recebeu R$ 6 milhões em propina para “pacificar o partido (PMDB)” em torno da chapa Dilma/Temer. Na época, o partido se rebelou e o líder Romero Jucá foi ‘trocado’ por Braga. De imediato, o senador refutou a acusação, relatando sua fidelidade e a participação no governo Dilma de quem era líder e depois ministro de Minas e Energia. Ontem já deu entrevista como provável candidato na eleição deste ano, direta ou indireta.

SEM APOIO POPULAR
 
A queda brutal do presidente Temer no conceito da população está afastando aliados com interesses eleitorais para 2018. Aqui no Amazonas, esse ‘afastamento’ já deve ser manifestado pelos prováveis candidatos na eleição tampão deste ano. As manifestações nas ruas serão o termômetro deste pleito, isso caso o TSE decida recuar de sua determinação de eleição direta.
 
BASTOS ASSUMIU
 
O presidente interino da Assembleia Legislativa, Abdala Fraxe, deu posse ontem ao novo deputado Mário Bastos, do PSD, suplente do governador interino David Almeida. Mário chegou à casa acompanhado pelo seu advogado Miquéias Fernandes, responsável pelo mandado de segurança junto ao TRE que garantiu a posse. Ele ficará no cargo até a posse do governador eleitor em agosto (primeiro turno) ou setembro (segundo turno). 

REFORMAS, ADEUS

Em nota à imprensa, o relator da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara Federal, deputado Arthur Maia (PPS-BA), garantiu que não há mais espaço para aprovação da proposta no Congresso Nacional.

Para ele, “é hora de arrumar a casa e esclarecer fatos obscuros". A equipe econômica de Michel Temer também está sem saber o que fazer com as reformas.

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ASSUNTOS: Amazonas, Braga, Lava Jato

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.