Arthur Virgílio e o poder da serpente
O prefeito Arthur Neto não é um amigo do qual você possa se orgulhar, mas é uma pessoa inteligente, focada em projetos de poder. Amizade para ele é negócio, coisa circunstancial e com validade pré definida.
Fala mansa, discurso firme, Arthur é cativante. Encanta quando tira da memória causos que construíram a história política do estado e do País. Arthur é também ardiloso como uma serpente. E se não fosse mito que as cobras encantam seria fato que de seu veneno provaram Gilberto Mestrinho, Amazonino Mendes, Eduardo Braga, Omar Aziz, Vicente Filizola, Deodato Miranda Leão ( e a lista não acaba). Fora as mulheres que ele amou também circunstancialmente.
No momento, olha com pálpebras fechadas, quase como uma naja, o governador interino David Almeida e o vice prefeito Marcos Rota, encantados por ele. Vão ser fatalmente picados... Arthur é assim, só ele e o mundo a sua frente. Inteligente e só. Profundamente só...
OS CUSTOS DE UMA ELEIÇÃO
A logística continental, os elevados custos aéreos dos deslocamentos e o pouco tempo para a campanha serão os maiores inimigos dos concorrentes nesta eleição ‘solteira’ para governador do Amazonas. Além disso, a proibição dos financiamentos empresariais pela Lei Eleitoral só contribui para tornar mais difícil o ‘sonho’ de alguns candidatos governarem o Amazonas.
Na pré-seleção para o dominó, as duplas começam a se aproximar com a intenção de compor chapas. O cacife eleitoral é alto e está distribuído metade em Manaus e a outra metade nos 61 municípios do interior.
DAVID DEPENDE DE OMAR
Por enquanto os nomes que surgem podem ser considerados ainda apenas “balões de ensaio’. Até mesmo o governador interino David Almeida, para ser candidato, precisa superar uma questão crucial: a indicação do seu partido, o PSD. Onde quem indica é o senador Omar Aziz.
FREIOS NA EMPOLGAÇÃO
De acordo com o deputado Serafim Corrêa (PSB), o governador interino David Almeida deve frear sua empolgação e ser prudente em relação ao acordo firmado com o prefeito Arthur Neto visando a diminuição da tarifa do transporte coletivo em Manaus.
Primeiro, Serafim defende uma acurada investigação sobre o desvio de combustível por parte das empresas concessionárias de ônibus e só depois é que David deveria focar a redução da tarifa. “Houve uma flagrante quebra de confiança por parte das empresas”, argumenta o ex-prefeito da capital.
VOLTA DA CPI DO DIESEL
Um recurso administrativo ao plenário da Assembleia Legislativa, de autoria dos deputados José Ricardo (PT), Serafim Corrêa (PSB), Luiz Castro (Rede) e Alessandra Campêlo (PMDB), pode ressuscitar a CPI do Combustível, arquivada há um mês pelo então deputado-presidente do Poder, David Almeida (PSD).
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Os parlamentares oposicionistas destacam jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a questão, demonstrando que os deputados que retiraram suas assinaturas da CPI só poderiam fazê-lo antes da aprovação da matéria em plenário e não depois, como acabou ocorrendo. Nove deputados aprovaram a CPI e a seguir, no momento da sua instalação, três deles retiraram as assinaturas.
HOMENAGENS À UEA
Exatamente uma semana depois de tomar posse no cargo de governador interino do Amazonas, o deputado David Almeida voltou ao plenário da Assembleia Legislativa, ontem, para participar de uma sessão especial em homenagem à Escola Superior de Ciências Sociais da UEA, requerida por ele próprio como deputado.
ROUBAR E DEVOLVER AOS POBRES
Diante de políticos e sindicalistas do PT que condenavam as ações da Lava Jato contra os ex-presidentes Lula e Dilma, o líder da REDE Luiz Castro jogou um balde de água fria nos discursos calorosos. “É fundamental barrar essa reforma da previdenciária, e acho que a CPI da Previdência é louvável. Agora, aplaudir quem rouba dos pobres para devolver um pouco aos pobres, não contem comigo.”
ASSUNTOS: arthur virgilio, Manaus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.