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A propina que a Odebrecht diz que pagou a Eduardo Braga e Omar Aziz


Por Raimundo de Holanda

17/04/2017 21h13 — em
Bastidores da Política



As delações da Odebrecht referentes ao Amazonas estão  causando rachaduras sem conserto na biografia dos líderes locais. Por enquanto, o mais atingido é o senador Eduardo Braga, aliado e ministro dos ex-presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ontem, no seu melhor estilo ‘bateu levou’, Braga reagiu à delação que aponta seu nome como beneficiário de propina no valor de R$ 1 milhão, na obra da Ponte Rio Negro. Jogou a ‘suspeita’ para o seu sucessor no governo, o senador Omar Aziz.

Em nota na sua página no facebook, o senador diz que deixou o governo com quase metade da obra paga (48%), e 90% da construção pronta, e que não assinou nenhum aditivo, que segundo ele é justamente o que está sendo investigação pela Lava Jato. O erro de Braga foi não atentar para uma espécie de ‘norma’ que os delatores vem confirmando em seus depoimentos: de que as propinas eram pagas na assinatura dos contratos de obras entre as empreiteiras e os governos.

SUICÍDIO POLITICO

 Braga e Omar receberam propina ou não ? Essa é a questão que a Força Tarefa da Lava Jato deve esclarecer. Por enquanto há a versão de delatores de que Braga recebeu R$ 1 milhão e que a a Odebrecht teria mantido relações promíscuas com Omar Aziz, sucessor de Braga no governo do Amazonas.   A troca de acusações entre Braga e Omar, ontem, apenas reforça o que disseram, em parte,  os delatores. E fica fácil concluir que apenas um deles recebeu propina.  

Vídeo no qual Omar faz sua defesa

 

 

 

 

COMARCAS AGREGADAS

Com um orçamento de R$ 580,7 milhões, o TJAM (Tribunal de Justiça do Amazonas) vai levar em frente seu projeto de agregar comarcas e extinguir outras no interior do Estado.
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Cada juiz deverá permanecer pelo menos dez dias no município com comarcas agregadas. Depois, a comarca ficará vazia durante 20 dias. Deputados estaduais protestam, mas a Corte de Justiça diz não depender da Assembleia Legislativa para executar seu projeto.

SEM LAVA JATO

Ao largo das investigações que emparedam aliados e inimigos na Operação Lava Jato, o governador José Melo começa a tocar um pacote de obras de ponta a ponta na cidade de Manaus.

LAMA DO PT

A megadelação da Odebrecht agravou a divisão no  Partido dos Trabalhadores (PT) em nível nacional.  Um dos críticos mais ácidos é o sociólogo mineiro Paulo Delgado, seis vezes deputado federal e hoje desfiliado da sigla.

"O PT, na fundação, era a mais moderna esquerda. Mas não teve perícia para ser governo e se manter íntegro. Lula passou a governar demais e trouxe para a esfera do Estado todo tipo de interesses. E aí entrou a corrupção também", disse Delgado ao Valor Econômico.

PROCESSOS EM PAUTA
 
Dentre os 63 processos que estão na pauta para julgamento hoje, pelo Plano do TCE, estão a prestação de contas de 2015 do presidente da CMM, vereador  Wilker Barreto, do ex-prefeito municipal de Boca do Acre, Iran de Souza Lima, referente a 2014; do ex-secretário da Seduc, Rossieli Soares da Silva, referente a 2013; e do ex-presidente da Câmara de Manacapuru, Jaziel Nunes de Alencar, do exercício de 2010.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.