Acusado por delatores, Braga terá que rever projetos para 2018
O senador Eduardo Braga é o politico do Amazonas mais prejudicado pelas delações do Odebrecht. Ele será investigado em inquérito que apura corrupção passiva,corrupção ativa, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa. Se o tempo médio de julgamento do STF nas ações penais movidas contra politicos processados - 1.536 dias - for mantido, Braga será inocentado ou condenado em meados de 2020. Por isso a eleição do próximo ano é vital para ele. Mais importante do que se eleger governador ou se reeleger senador, ou ainda tentar uma vaga de deputado federal, está a busca de manter o foro de prerrogativa de função, ou no caso as ações eventualmente movidas contra ele no Supremo. Sem foro de prerrogativa - seu mandato de senador encerra em 1.º de janeiro de 2019 - os processos baixariam para o juiz Sérgio Moro, ou menos provavel, para a Justiça Federal no Amazonas.
O pesadelo de Braga não se restringe a Odebrecht, com quem diz não ter tido nenhuma relação, institucional ou não. As delações da Andrade Gutierrez sequer foram homologadas pelo Supremo Tribunal Federal. Elas são mais sérias do que a da Odebrecht. Delatores da construtora disseram que havia um conluio com Braga que durou seus dois governos no Amazonas, e que a quantia paga pela construtora era de 10% sobre o valor de cada obra da empreiteira no Estado. Ao longo de 8 anos Braga teria, segundo os delatores, recebido R$ 30 milhões.Outro politico acusado por executivos da empreiteira é Omar Aziz, que também virou alvo da Lava Jato. Tanto Braga quanto Omar negam ter recebido dinheiro da construtora.
AUTORIDADE DO TCE
A decisão monocrática da relatora das contas da SMTU no TCE, Yara Lins dos Santos, que manteve o aumento no preço da passagem de ônibus em Manaus de R$ 3,30 para R$ 3,80, tirou o deputado Dermilson Chagas do sério. “Acho que se fechasse o Legislativo não haveria nenhum abalo na sociedade, porque nós não estamos mais legislando de verdade, o TCE, que é um órgãos auxiliar da Assembleia, tem mais autoridade para legislar do que nós.”
QUEDA-DE-BRAÇO
Com a queda nas vendas, os empresários da Eletros querem mais incentivo fiscal do governo para continuar produzindo. Com cinto ‘apertado’ pela queda na arrecadação estadual, o governo quer mais tributos para sustentar sua máquina. As duas situações podem resultar em união de interesses ou num impasse para o setor de eletroeletrônicos da ZFM.
ZÉ RICARDO EMPOLGADO
Com onze assinaturas, a CPI do Combustível, de autoria do deputado José Riacrdo (PT), deve prosperar na Assembleia Legislativa na próxima semana.
As empresas de transporte, alvos da CPI, são acusadas de vender para o “mercado clandestino” combustível obtido à custa de incentivos fiscais do Estado.
ASSUNTOS: Eduardo Braga, Omasr Aziz
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.