Compartilhe este texto

Antes era o padeiro, agora a Lava Jato


Por Raimundo de Holanda

15/03/2017 21h30 — em
Bastidores da Política



Houve um tempo que os padeiros batiam à porta oferecendo pão. E havia os vendedores de leite, que chegavam bem cedinho. Era outro amanhecer... 

Hoje os padeiros ambulantes acabaram e não se vende mais leite como antigamente. Agora quem bate na porta é a força-tarefa da Lava Jato. E sempre de madrugada, que se transformou na hora do pesadelo.

Os politicos, encurralados pelo medo, ficaram menos arrogantes. Os empresários, que alimentam os esquemas de corrupção nos circulos de poder, menos "audaciosos". A imprensa, mais agressiva, como se não tivesse nenhuma responsabilidade com os fatos que geraram todo esse escândalo. 

Ninguém é santo nessa história. Nem o povo, que estérico aponta o dedo para os politicos - safados!! - como se não fossem eles escolhas sua. 

No fundo, todos condenam a classe política, como se esta não fosse produto de uma socieade corrupta. No máximo os politicos acusados de corrupção hoje serão substituidos  por outros corruptos na próxima eleição.

A TORTURA DE QUEM SABE QUE PECOU
 
  Como se esperava, o sigilo da lista da “delação do fim do mundo” da Odebrecht está espalhando o medo entre políticos do alto clero nacional.  O ‘vazamento’ hoje é o pior instrumento de tortura para quem sabe que pecou.
Mesmo com os nomes em sigilo, governadores com processo correndo no STJ já sabem que Janot denunciou 10 dos 27 do país, porque a informação passada do STF ao STJ ‘vazou’ no meio do caminho.  E isto é só o início.
Até agora, só o presidente Michel Temer sabe que não foi denunciado entre os 170 políticos dessa lista, com 83 pedidos de inquérito. Para os outros, haja coração!
 
JOGO DE RAPOSAS
 
É um jogo de velhas raposas. Renan ‘costurou’ novo golpe e começou a disparar acusações contra Temer, para enfraquecer sua base de sustentação política. Usou Cunha como mote para enredar uma conspiração.
Mas esqueceu que Temer comanda o poder. E que sabe se mover com sutileza nos bastidores. Perdeu quando Temer, num movimento preciso ‘empurrou’ Renan e aliados para a lista de Janot.
 
TEMPO DE DIÁLOGO

O presidente David Almeida está buscando o diálogo como o melhor caminho para dirimir todas as dúvidas sobre as matérias polêmicas do governo que chegam à Assembleia. “De forma exaustiva nós vamos discutir todas as matérias que estão tramitando na casa para de uma forma coesa podermos votar.”

PLACA PARA O BISCO
 
O bispo auxiliar de Manaus, Dom Edmilson Tadeu Canavarros vai receber hoje, na Assembleia Legislativa, uma placa comemorativa à Campanha da Fraternidade, da Igreja Católica. A homenagem será feita durante sessão especial para debater o tema deste ano “Biomas brasileiros e defesa da vida”. A proposta é dos deputado José Ricardo e Luiz Castro.

GUERRA DO TROCO

Para o deputado estadual e ex-prefeito de Manaus, Serafim Corrêa (PSB), a guerra do troco no transporte público da cidade é fácil de ser resolvida com o bom senso das empresas do setor.
“Basta ser cumprida a lei quer exime o usuário de pagar passagem em caso de não haver troco nas catracas ou, então, as empresas informarem ao Banco do Brasil a quantidade de moedas de que precisam para as demandas do troco”.

“DE BARRIGA CHEIA”

A bancada de oposição na Assembleia Legislativa, segundo o deputado Sabá Reis (PR), protesta “de barriga cheia” do pacote de medidas enviadas pelo governador José Melo à Casa.
“Em períodos passados, mensagens governamentais chegavam à Aleam às 9 horas e eram aprovadas às 12hs, mas hoje é diferente, hoje há debate, discussão, aprimoramento das proposituras encaminhadas”, afirma Reis.

VEM PRA RUA

Nas redes sociais, os grupos MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua, dois dos principais organizadores das manifestações que pediram o impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016, intensificam articulações para novas manifestações em favor da Operação Lava Jato no dia 26 de março.
Em Manaus, o Projeto Jaraqui aderiu ao movimento que defende o juiz Sério Moro, as reformas trabalhista e previdenciária e pede o fim do foro privilegiado e do estatuto do desarmamento.

Siga-nos no

ASSUNTOS: Lava Jato, lista de Janot, PF

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.