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Jogo perigoso - divisão na bancada do Amazonas


Por Raimundo de Holanda

13/03/2017 20h24 — em
Bastidores da Política



A disputa política antecipada pela cadeira de governador do Amazonas, em 2018, está levando as lideranças políticas locais a um jogo perigoso - porque envolve a ZFM em uma disputa local que a enfraquece no enfrentamento direto com o maior adversário do modelo, São Paulo.

Numa hora em que todos deveriam se unir no objetivo de defender a Zona Franca, a força política amazonense se divide. Um grupo marca  encontro com dois ministros para discutir os ‘entraves’ aos PPBs, o  outro não é convidado ou não comparece por birra.
 
Por causa de divisões e falta de união, a Suframa vem perdendo fôlego ao longo dos anos: teve os recursos da TAS ‘confiscados’, depois perdeu na justiça (STJ) o direito de cobrar a taxa por seus serviços. Agora está ameaçada no STF com ação de isenção de IPI fora de Manaus.

Dividir a bancada e tirar a Suframa das discussões é enfraquecer a luta do Amazonas. E isso é tudo que os setores contrários querem, especialmente empresários e políticos paulistas.

GOLPE FATAL

Enquanto isso, nos corredores de Brasília as forças do poder ‘tramam’ contra nós, retardando o julgamento da ação que discute créditos de isenção do IPI de empresas instaladas fora da Zona Franca, até que o novo ministro do STF, Alexandre Moraes tome posse.

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Moraes, que é dos quadros do PSDB, partido que sempre combateu a Zona Franca, tanto em Brasília quanto em São Paulo, é dado como voto ‘certo’ contra o Amazonas. Com ele ‘atuando’ contra, os três votos favoráveis já conquistados podem não ser suficientes para vencer.

COM MEDO DA LISTA

A lista de Rodrigo Janot está deixando políticos de renome literalmente sem dormir. A correria em Brasília é por informações ‘quentes’, que possam identificar quem está ‘dentro’ e quem está ‘fora’ da megadelação.

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Ministros, senadores, deputados, governadores e ex-governadores de Norte a Sul estão entre os 80 alvos diretos, que chegam a 200 com os indiretos. Isso mexe não só com os nervos, mas pode alterar o futuro próximo em 2018.

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Por enquanto, só o relator ministro Edson Fachin tem autoridade para quebrar o sigilo e divulgar os nomes. Mas o que preocupa mesmo os caciques com possibilidades majoritárias são os ‘vazamentos’.
Estes são ‘indiscretos’ e podem destruir grandes biografias antes mesmo de uma condenação.

ACORDO NÃO RESOLVE PROBLEMA DOS USUÁRIOS

O acordo de reajuste fechado ontem entre o Sinetram e os rodoviários, no montante de 10%, para salários e benefícios, não é uma garantia de volta à normalidade no sistema. Ainda tem muita gente insatisfeita, principalmente a população.
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O reajuste tem vigência este mês, com pagamento a partir de abril. Vai beneficiar os 9 mil trabalhadores das 10 empresas do sistema, com salário R$ 2.303,37 para motorista e de R$ 1.151,67 para cobrador, mais benefícios.

TUDO PARA MULHERES... 

As mulheres ganham hoje e amanhã o seminário “A Mulher no Século 21”, alusão ao Dia Internacional da Mulher, na escola de Contas Públicas do TCE-AM. A palestra da desembargadora Maria das Graças Pessoa Figueiredo, sobre mulheres de carreira jurídica, abre o encontro hoje.
Outras palestrantes de renome jurídico  também falarão às mulheres nos dois dias, entre elas a advogada Paula Valéria e a secretária-geral do TCU no Amazonas, Lúcia Magalhães.

 OMAR REAGE

Segundo o senador Omar Aziz (PSD), se depender da bancada federal do Amazonas  o pacote de reformas do Governo Federal será  podado no Congresso Nacional.
O projeto  ameaça as vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus. 

ADEUS, MANAUS

Senadores e deputados federais do Amazonas estão apavorados com a elevação da carga tributária preconizada pelo presidente Michel Temer.
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Por causa disso, os grupos Ricardo Eletro (City Lar) e Riachuelo estão fechando as portas e indo embora, deixando   centenas de trabalhadores desempregados em Manaus.

SOS ANIMAIS

Ambientalistas de todo o país estão em alerta contra um projeto de lei, de autoria do deputado federal Valdir Colatto (PMDB-SC), que quer regulamentar a caça de animais silvestres, proibida desde 1967, a título de proteger a agropecuária brasileira.
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Órgãos como Greenpeace e WWF comandam os protestos contra o projeto que torna ainda mais vulneráveis bichos que já são absurdamente caçados como pacas, porcos-do-mato e veados.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.