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Manaus: Nascemos politicamente paraplégicos ou somos um povo ‘acomodado’ ?


Por Raimundo de Holanda

24/02/2017 21h49 — em
Bastidores da Política



Olhando o caos do presente e os projetos do passado, o que se vê é uma montanhas de recursos gastos em obras que são verdadeiros elefantes brancos. O que fizeram com Manaus?  A transformaram em terra arrasada? 

Quase isso... não fosse a ‘força do povo’, que insiste em continuar sobrevivendo mesmo quando não tem os empregos necessários, nem transporte pra voltar para casa após uma jornada cansativa, nem a presença de uma ‘autoridade’ a quem recorrer...

Nosso passado é um cemitério de paquidermes inúteis. BR-319, que integraria Manaus ao resto do país, barateando o custo de tudo, da comida ao transporte. Balbina, que solucionaria todos os problemas de energia, inclusive transporte movido a eletricidade. Gasoduto, que traria o ‘milagre’ do gás barato da cozinha à indústria e ao ônibus.

Meio século de Zona Franca gerando bilhões de dólares para sustentar todos os desperdícios possíveis e ainda discutimos que rumo seguir para nos livrar dessa tutela, sem a qual já teríamos voltado à condição de ‘porto de lenha’.  

Nascemos politicamente paraplégicos ou somos um povo ‘acomodado’ que fica olhando o tempo passar, se “guardando pra quando o carnaval chegar?”

LIMPANDO A ÁREA COM CASSETETE

O clima esquentou de vez ontem na Câmara Municipal, durante a discussão da nova tarifa de ônibus decretada pelo prefeito Arthur Neto. Depois de discussões, bate bocas e enfrentamento envolvendo estudantes, manifestantes e vereadores, a guarda municipal conseguiu ‘limpar a área’ na base do cassetete.

No plenário a ‘caixa preta’ do sistema, a planilha de custos, foi aberta e revelada ao povo pela prefeitura de Manaus. Segundo a SMTU, a tarifa deveria ser R$ 3,82, mas pelos ‘cálculos reais’ a tarifa deveria ser de pelo menos R$ 4.

Mas a ‘revelação’ não agradou ao Sinetram, que não foi consultado nem avisado da tal planilha e está disposto a contestar, “se houver desacordo nos números”.

EMPRESAS ENDIVIDADAS

Números apresentados pelo deputado Sabá Reis (PR) ontem, na Assembleia Legislativa, apontam em R$ 12 milhões a dívida das empresas responsáveis pelo serviço de transporte coletivo de passageiros em Manaus.

“Só de IPVA (Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores), as empresas devem ao Estado R$ 6 milhões”, disse o parlamentar, sustentando que o “calote” deu ao governador José Melo motivo suficiente para suspender o subsídio que era concedido às empresas de transporte público.

EXPLICANDO AS TARIFAS

Conforme Sabá Reis, além do “calote” ao Estado, os empresários de ônibus não renovam nunca a frota de coletivos, desservindo a população. De uma frota de 1.200 ônibus, somente sete veículos novos passaram a circular na cidade em 2014, afirma o deputado.

“Por isso a tarifa Melo, que é de R$ 3, deve prevalecer sobre a tarifa Rotta, de R$ 3,30, e sobre a tarifa Arthuzão, da ordem de R$ 3,80”, salienta Reis.

FAMÍLIA LINS FESTEJA

O casal Belarmino Lins/Luciana Monteiro Lins de Albuquerque comemora a aprovação, em primeiro lugar, do filho Marcos Lins para especialização em transplante de fígado pela USP de Ribeirão Preto, São Paulo.

Marcos é médico cirurgião geral e também foi aprovado em segundo lugar para a mesma especialidade na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

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ASSUNTOS: arthur virgilio, Manaus, terra arrasada

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.