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Campanha eleitoral vira lixo e descamba para o ódio nas redes sociais


Por Raimundo de Holanda

26/08/2016 23h34 — em
Bastidores da Política



As redes sociais já se consagraram como uma das ferramentas mais importantes das campanhas políticas. Seu uso, entretanto, ainda não está devidamente ‘formatado’ para a prática do debate sadio, dentro de padrões morais e éticos. O que se vê nesta campanha em Manaus, por exemplo, é uma vertente de ódio explícito tomando conta de um espaço que deveria servir, unicamente, para candidatos e eleitores interagirem na apresentação e discussão de propostas e sugestões. Na verdade, a ‘velha baixaria’ de antanho ressurge com força total, entre adeptos de candidatos que talvez nem saibam disso.

Nos últimos dias e como consequência das ‘mudanças de lado’ de última hora, a coisa descambou para querelas de cunho pessoal, nada recomendável para cidadãos e cidadãs de bem. E isso acaba sendo muito perigoso, porque contribui para desgastar a imagem de candidatos que podem acabar se tornando reféns da inconsequência de militantes e simpatizantes, que insistem em misturar a política com seus problemas  psicológicos.

Se a Justiça Eleitoral não tomar providências os ‘fabricantes’ de fakes, de vários lados e várias tendências ,  vão disseminar mais ainda essa campanha virulenta e odiosa no mundo virtual.

PRB DE COFRE CHEIO

Registros oficiais do TSE mostram que o deputado federal Silas Câmara (PRB) foi quem mais recebeu doações na corrida para a Prefeitura de Manaus. Ele declarou R$ 500 mil, doações feitas pelo Diretório Nacional do PRB.

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Além de Silas, o prefeito Arthur Neto (PSDB), recebeu R$ 119.460,01 de doações, e José Ricardo (PT), R$ 87.077,12.

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O site do TSE não registra nenhuma declaração dos candidatos Henrique Oliveira (SD), Hissa Abrahão (PDT), Marcelo Ramos (PR), Marco Antônio Queiroz (PSOL) e Serafim Corrêa (PSB).

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Luiz Castro (Rede) declarou R$ 8 mil, recurso tirado do seu próprio bolso.

CRIME DE RESPONSABILIDADE

Indignado com o atraso do repasse do duodécimo a que tem direito a Câmara Municipal de Ipixuna, o vereador Fábio Saraiva (PMDB), que preside a Casa Legislativa, está em Manaus onde vai ajuizar ação junto ao Tribunal de Justiça do Amazonas  contra a prefeita Aguimar Silvério (PR).

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Para o parlamentar, a prefeita comete crime de responsabilidade ao se recusar a realizar o repasse constitucional a Câmara referente a agosto. Ele vai ao TJAM na segunda-feira (29).

 BATE-BOCA

Clima tenso e bate-boca, assim foi a retomada ontem do julgamento da presidente Dilma Rousseff no plenário do Senado, após 9 horas de suspensão. Foi preciso pulso forte do presidente da sessão ministro Ricardo Lewandowski que, depois de ameaçar “usar meu poder de polícia”, teve de suspender novamente a sessão até à tarde. E se o presidente do Supremo não sabia, o presidente da casa, Renan Calheiros, encarregou-se de informá-lo sobre que chão estava pisando. “Vossa Excelência, constitucionalmente, está sendo obrigado a presidir um julgamento em um hospício!”

ARTHUR FAZ COBRANÇA

O ministro interino do Mdic, Fernando Furlan ouviu ontem do prefeito Arthur Neto uma cobrança que há muito não é atendida pelos gestores que passaram pelo ministério. Afirmando que é mais do que justo devolver a deliberação dos PPBs para produtos fabricados na ZFM para o Amazonas, o prefeito disse que “Não é hora de se ausentar, em um momento em que o polo industrial mais forte do país passa por uma grave crise econômica”.

PLANO TÁTICO DA SUFRAMA GANHA APOIO

A aprovação de 18 projetos industriais com investimentos de US$ 70 milhões na 275ª reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS), na sexta-feira, 26, foi suplantada pela apresentação do Plano Diretor Industrial (PDI), documento que que visa implementar as táticas para obter objetivos explicitados no plano estratégico da Suframa no horizonte de longo prazo. A superintendente da Suframa, Rebecca Garcia ganhou o apoio e elogios dos presentes.

PROMESSA DESCUMPRIDA

Já a presença do ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), Marcos Pereira, não aconteceu, apesar da reiterada promessa do ministro de se fazer presente em todas as reuniões do CAS. O ministro interino, Fernando Furlan, explicou que Marcos Pereira estava no exterior. Quer dizer, nem foi convocado pelo presidente Temer, mesmo assim, não apareceu.

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ASSUNTOS: eleições 2016, Manaus, ódio. fakes, redes sociais

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.