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Quando o MP se mete na vida privada do cidadão, todos perdem


Por Raimundo de Holanda

24/07/2016 23h45 — em
Bastidores da Política



Manaus pode ficar de  fora da rota das eliminatórias

da Copa do Mundo porque um promotor resolveu ditar regras

A batalha travada pelo Ministério Púbico estadual, contra a Confederação Brasileira de Futebol  pela redução do valor dos ingressos para a partida envolvendo as seleções brasileira e  colombiana, válida pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018,  revela por si só que nem tudo no mundo deve ser resolvido na esfera judicial. A proposta de redução de até 60% nos valores dos ingressos,  pretendida por um promotor de justiça, foi recusada pela CBF. Agora resta um dilema para o torcedor amazonense e uma lição para a sociedade local: o  jogo da Seleção Brasileira, que era  um sonho se transformou em um pesadelo  -  porque um único membro do Ministério Público Estadual decidiu  qual o valor que quarenta mil torcedores devem pagar para entrar no estádio. Isso está certo?  Não se pode negar a importância da atuação e zelo da maioria dos membros do Ministério Público brasileiro, mas intrometer-se nos atos da vida privada é negar ao cidadão o direito de livremente fazer suas escolhas de diversão, paga  com seus próprios recursos.  Uma atitude invasiva do MP  a revelar que a prudência deveria estar acima das vaidades e projetos pessoais dos encarregados da defesa dos interesses coletivos.

ROSÁRIO DE SOLUÇÕES

Até agora, os pré-candidatos às eleições municipais executivas deste ano exibem um verdadeiro de rosário de soluções para os candentes problemas e gargalos que afligem há décadas a cidade de Manaus. Um deles é a mobilidade urbana.

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Eron Bezerra, pré-candidato do PCdoB, promete resolver o problema como num passe de mágica, construindo linhas de metrô para equacionar as deficiências do transporte de massas na cidade.

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Marcelo Ramos, ungido oficialmente pelo PR, anuncia o fim da “Faixa Azul” de Arthur Neto (PSDB). Ignora que a “Faixa Azul”  lembra o projeto Expresso, do ex-prefeito Alfredo Nascimento, hoje seu líder maior. Nenhum dos dois se arrisca em falar de crise e apontar as fontes de dinheiro para tantas soluções.

CAMPANHA EM MANCAPURU

Na reta final das articulações para o último dia das convenções partidárias, 5 de agosto, os pré-candidatos à Prefeitura de Manacapuru, Betanael D'Angelo (PV), conhecido como Beto D'Angelo, e Andréa Cidade (PSDB) conversam intensamente.

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Os dois contam com as bênçãos do governador José Melo (Pros), do senador Omar Aziz (PSD) e do prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB).

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Até a próxima sexta-feira os dois trocarão figurinhas e, segundo informações, o deputado estadual Orlando Cidade (PTN), pai de Andréa, participa ativamente das conversas entre os dois concorrentes.

COMÍCIO ONLINE

Para alguns analistas políticos, como o cientista Afrânio Soares, a Internet será uma ferramenta usada com intensidade enquanto recurso de propaganda eleitoral nas eleições de 2016.

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Segundo ele, o Whatsapp será completamente tomado pela criação de grupos com o propósito de difundir ideias e posições sobre questões polêmicas envolvendo Manaus.

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“Alguns candidatos já estão usando recursos como a transmissão ao vivo, por exemplo, o que deverá se intensificar quando o corpo a corpo começar”, comenta Afrânio. Vem por aí os comícios online em desafio à fiscalização do TRE-AM.

ROMBOS MAIORES DE IDADE

O ex-presidente da Câmara Municipal de Japurá/AM no exercício de 1994, Osmar Guimarães de Lima, está sendo notificado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) a recolher aos cofres públicos o valor de R$ 665.421,14 pelo qual foi considerado em débito pela corte de contas.

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Outro que se enrolou com o TCE-AM foi o ex-superintendente da Fundação Televisão e Rádio Cultura do Amazonas (Funtec), no exercício de 1993, Eduardo Brizzi de Souza Júnior, considerado em alcance pelos conselheiros no valor de R$ 404.299,04, quantia que deverá ser recolhido aos cofres do Estado, assim como multa de R$ 13.340,41. Tudo junto, passa de R$ 1 milhão os rombos feitos no século passado.

DE ONDE ELES VÊM

Nomes como Nonato Oliveira, Carlos e Wallace Souza,   os deputados federais Marcos Rotta e Conceição Sampaio e o vice-governador Henrique Oliveira foram catapultados dos estúdios de rádio e de televisão para a vida pública. Neste ano, pelo menos 15 candidatos originários da mídia estarão na disputa por uma vaga de prefeito ou vereador em Manaus. Na disputa pela prefeitura de Manaus o cacife da mídia está em alta nas articulações para as chapas, que já tem um nome confirmado, Wilson Lima, vice de Marcelo Ramos e pelo menos quatro como pré-candidatos, Marcos Rotta, Conceição Sampaio, Henrique Oliveira e Josué Neto.   

SARANDO AS FERIDAS DA CRISE

Dos caciques atuais no poder somente o governador José Melo anda afastado das conversas sobre apoiamentos de candidaturas. Melo tem se dedicado a ‘sarar’ as férias provocadas pela crise econômica, que segundo pessoas mais chegadas a ele chegou àquele extremo do dito popular: “casa onde falta pão todo mundo briga e ninguém tem razão”. E para evitar que sua base de governo desmoronasse, Melo preferiu sair dos holofotes na disputa municipal, para poder reconstruir seu próprio governo com mais objetividade no que poderá vir até 2018. Aí sim, será a hora de decidir se encara o futuro político num mundo agitado ou vai para a aposentadoria tranquila fora das desavenças eleitorais. Mas nada impede que ele se decida por um nome da base e coloque o ‘peso’ do governo para decidir a disputa.

 FALTOU ACESSIBILIDADE

O Centro Histórico ficou uma beleza? Não para quem possui alguma deficiência física, para quem são necessárias facilidades de acesso nas obras urbanas. Um relatório entregue ontem nas mãos do arquiteto Laurent Troost, do Implurb, com os apontamentos da vistoria técnica sobre as condições de acessibilidade na Avenida Eduardo Ribeiro, indica que os parâmetros de acessibilidade nas obras públicas não foram aplicados na revitalização do Centro Histórico. Rampas com inclinação fora do nível para cadeirantes, falta de semáforos sonorizados, ausência de sinalização e falta de vagas em estacionamentos são algumas da falhas apontadas. Nada que não possa ser revisto.

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ASSUNTOS: brasil x colombia, cbf, eliminatórias da copa do mundo, Manaus, MP

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.