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Sem máscara, Bolsonaro comemora independência dos EUA com embaixador

Por Folha de São Paulo

04/07/2020 18h04 — em
Mundo



BRASÍLIAS, DF (FOLHAPRESS) - No dia em que o Brasil registrou 63.409 mortes por coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e auxiliares participaram, neste sábado (4) de um almoço na casa do embaixador americano no Brasil, Todd Chapman, para comemorar a independência dos EUA.

Bolsonaro postou, no fim da tarde, em suas redes sociais uma mensagem parabenizando o povo dos Estados Unidos pelo 244º aniversário de independência e disse que, como líderes das duas maiores democracias ocidentais, trabalham para "avançar os ideais de liberdade, democracia e dignidade humana que esta data representa.

O presidente brasileiro também chamou Trump de "amigo" e elogiou o discurso do norte-americano realizado na sexta-feira (3).

"Palavras de um grande estadista. Que o legado e os valores dos fundadores dessa grande nação permaneçam sólidos e jamais sejam apagados por radicais".

Em um evento carregado de simbolismo, o presidente norte-americano havia feito um dos discursos mais contundentes de sua campanha à reeleição, carregado de ataques à esquerda e a grupos antirracistas. Entre outras coisas, afirmou que a "revolução cultural de esquerda foi projetada para derrubar a revolução americana".

Os dois posts do presidente com esse conteúdo também foram publicados em inglês.

Bolsonaro também divulgou um pouco antes em sua rede social fotos em que ele, Chapman e outras seis pessoas aparecem todas sem máscaras no evento na casa do embaixador: Lorenzo Harris, adido de Defesa dos EUA; general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo; general Fernando Azevedo (Defesa); Ernesto Araújo (Relações Exteriores); general Walter Braga Netto (Casa Civil) e o almirante Flávio Rocha, secretário especial de Assuntos Estratégicos do governo brasileiro.

Em outra foto publicada pelo brasileiro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, também aparece sem máscara.

Do lado de fora da residência do embaixador, no Lago Sul, área nobre de Brasília, havia uma estrutura que contava com três viaturas da Polícia Militar, uma da Secretaria de Segurança do DF, além de uma ambulância e um caminhão do Corpo de Bombeiros.

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump deu início à celebração da data já na sexta-feira (3) em um anfiteatro lotado em em Monte Rushmore, onde fez o discurso elogiado por Bolsonaro.

De acordo com a imprensa local, Trump mal mencionou o ressurgimento da pandemia, mesmo quando o país superou 53.000 novos casos na sexta-feira e as autoridades de saúde de todo o país instaram os americanos a reduzir suas comemorações de 4 de julho.

Neste sábado, Trump e a primeira-dama americana, Melania, planejam realizar a “Saudação à América”, diante da Casa Branca, o que deve causar aglomerações.

Antes de comparecer ao almoço, Bolsonaro foi a Santa Catarina sobrevoar áreas atingidas pelo ciclone-bomba nesta semana.

Após o almoço, o presidente retornou ao Palácio do Alvorada.

Em um vídeo da embaixada dos Estados Unidos, publicado nas redes sociais para celebrar a data, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, disse que a relação atual entre os dois países é "sem precedentes" e se apresenta como uma "verdadeira aliança".

"Essa aliança, essa relação tão especial que estamos construindo, graças à orientação do presidente Bolsonaro e do presidente Trump, é uma relação muito frutífera, que tem dado resultados em função dos nossos interesses, dos dois países, na economia, na tecnologia, na segurança, na promoção da democracia", disse o chanceler brasileiro, que também louvou o modelo de sociedade construída pelos Estados Unidos a partir da independência, em 1776.

No mesmo vídeo, o embaixador Todd Chapman também exaltou o relacionamento entre Washington e Brasília, mencionou a luta contra o coronavírus e relembrou o assassinato de George Floyd, morto por um policial branco, que deu início a uma série de violentos protestos e impulsionou o movimento "Black Lives Matter" (vidas negras importam).

"Nos Estados Unidos, nós também estamos profundamente perturbados pela morte injusta e brutal de George Floyd e a triste lembrança de nossa contínua necessidade de enfrentar a injustiça racial e todo tipo de desigualdade social."

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