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Governo turco promete criar nova Constituição junto a líderes opositores

Por Agência O Globo

25/07/2016 22h26 — em
Mundo



ANCARA — O governo turco anunciou nesta segunda-feira que está pronto para trabalhar com os principais partidos da oposição na redação de uma nova Constituição. A declaração veio do primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, enquanto o país vive uma onda de repressão após a tentativa de golpe contra o presidente Recep Tayyip Erdogan. Este é um debate central na política turca, que estava bloqueado há meses e foi resolvido, segundo o premier, após uma reunião de Erdogan com dois líderes opositores.

Yildirim falou à imprensa após o encontro de Erdogan com Kemal Kiliçdaroglu — líder do CHP, o principal partido da oposição turca — e Devlet Bahceli — do partido MHP, de inclinação à direita.

— Todos os principais partidos estão prontos para começar a trabalhar em uma nova Constituição — disse o primeiro-ministro à imprensa.

O líder do partido pró-curdo HDP, Selahattin Demirtas, não participou da reunião. Ele é acusado pelo governo de apoiar o que chama de terrorismo por causa dos seus vínculos com os rebeldes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

O ministro também anunciou que a Ponte do Bósforo, inaugurada em 1973, será rebatizada como Ponte dos Mártires de 15 de julho. O local foi cenário de intensos confrontos na madrugada em que militares tentaram tomar o poder.

No último episódio de caça às bruxas contra os partidários de Fethullah Gülen — clérigo exilado nos Estados Unidos, acusado por Ancara de ser o mentor da tentativa fracassada de golpe de 15 de julho — a Justiça ordenou a prisão de 42 jornalistas, poucas horas depois de decretar prisão preventiva de 40 militares em Istambul.

Entre os jornalistas que são alvos da ordem de detenção está Nazli Ilicak, figura de destaque no país, demitida do jornal pró-governo “Sabah” em 2013 por ter criticado ministros envolvidos em um escândalo de corrupção. Do total, cinco repórteres foram detidos e 11 estariam supostamente no exterior, segundo a agência Dogan. A polícia buscava Ilicak no centro da cidade costeira de Bodrum.

O expurgo se estendeu ainda à companhia aérea Turkish Airlines, que demitiu 221 funcionários por supostas ligações com Gülen. Mais cedo, 31 intelectuais e professores foram detidos em uma operação em Istambul por seus supostos vínculos com o clérigo, que nega as acusações. Até agora, são 13 mil pessoas em prisão preventiva, 5.800 detidos e dezenas de milhares de funcionários demitidos ou suspensos.


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