Forças Armadas responderão a Ministério da Defesa na Turquia
ANCARA — A partir deste domingo, comandantes militares turcos responderão diretamente ao Ministério da Defesa do país e as academias militares serão fechadas, em mais uma medida anunciada pelo presidente da Turquia, Recip Tayyip Erdogan, após a tentativa fracassada de golpe militar no país. A mudança visa a colocar os militares sob completo controle civil.
Erdogan, que fez o anúncio em uma entrevista para a emissora A Haber, disse ainda que as academias militares turcas serão substituídas por uma universidade nacional de defesa. A decisão será publicada no diário oficial do país no domingo. Até agora, 18.699 pessoas foram colocadas sob custódia, e 10.137 sob prisão preventiva, segundo o presidente.
— Vamos introduzir no Parlamento uma pequena reforma constitucional que, após ser aprovada, colocará o Serviço Nacional de Inteligência (MIT) e os chefes do Estado-Maior sob controle da Presidência — disse. — As escolas militares também serão fechadas e uma universidade nacional será criada.
Erdogan afirmou ainda que o estado de emergência instaurado pouco depois da quartelada, poderá ser prolongado, assim como fez a França após os ataques extremistas:
— Se as coisas não voltarem ao normal durante esse período de estado de emergência (três meses), podemos prolongá-lo.
Na entrevista, o presidente turco voltou a afirmar que clérigo Fethullah Gülen — apontado pelo governo como responsável por orquestrar um golpe fracassado — é um peão apoiado por um “mentor”, dando a entender que mais forças estariam por trás da tentativa de golpe.
Gülen, que vive um exílio auto imposto nos Estados Unidos, negou qualquer envolvimento no golpe fracassado de 15 e 16 de julho. Os EUA, por sua vez, também negaram conhecimento prévio da tentativa fracassada de derrubar o governo.
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