WASHINGTON — O FBI investiga o ciberataque contra o Partido Democrata que levou ao vazamento de e-mails comprometedores dos líderes da legenda. O WikiLeaks divulgou trocas de mensagens que evidenciam que os diretores do partido discutiram estratégias para favorecer a candidatura Hillary Clinton contra a de Bernie Sanders para as eleições presidenciais de novembro. O caso levou a presidente do partido, Debbie Wasserman Schultz a renunciar ao cargo.

“Um assunto desta natureza é algo que levamos muito a sério, e o FBI continuará a investigar”, disse o órgão em nota.

O vazamento na sexta-feira de documentos revelando que líderes do partido buscavam minar a campanha de Bernie Sanders e favorecer Hillary provou um escândalo na véspera da convenção do Partido Democrata na Filadélfia, onde a candidata deverá ser oficializada para a corrida presidencial.

A poucos dias do início da convenção democrata, o vazamento dos 19 mil e-mails deixou claro como líderes democratas se esforçaram para fazer a campanha de Sanders fracassar. O senador disputou as prévias contra Hillary, que deverá aceitar oficialmente a indicação partidária conquistada na terça-feira.

A equipe de campanha de Hillary tentou desviar a atenção sobre os esforços contra Sanders. Alguns especialistas sugerem que a publicação das mensagens poderia ter sido ordenada pela Rússia, em uma tentativa de influenciar as eleições americanas.

— Os especialistas nos dizem que atores estatais russas invadiram o Comitê Nacional Democrata para filtrar aqueles e-mails que foram posteriormente vazados por sites — declarou o diretor de campanha de Hilary, Robby Mook, à rede de televisão ABC. — É preocupante, pois alguns especialistas agora estão nos dizendo que isso foi feito pelos russos a fim de ajudar Donald Trump.

Além disso, o WikiLeaks difundiu na quarta-feira mensagens de voz que também foram vazadas do Comitê Nacional Democrata. Os áudios incluem vários membros da legenda, que não foram identificados, expressando sua irritação com a influência de Sanders no partido.

As palavras contra Sanders aparecem no meio de conversas sobre os próximos eventos democratas, em geral de comentários corriqueiros. Uma das pessoas gravadas rechaça as escolhas de Sanders para o comitê da plataforma do partido, pedindo que o senador nem mesmo tivesse espaço para discursar na convenção democrata — que acontece nesta semana.

— Ele não é um democrata. Por favor, detenham este homem agora — diz um dos democratas gravados.