Crimes de ódio dobraram em Manchester após ataque
LONDRES — A polícia britânica afirmou nesta sexta-feira que as queixas de crime de ódio em Manchester dobraram desde o atentado da segunda-feira, no qual um homem-bomba se explodiu no final do show da cantora pop Ariana Grande, deixando 22 mortos, além de dezenas de feridos, incluindo crianças e adolescentes. Na segunda-feira, foram relatadas 28 ocorrências de crime de ódio na cidade, o que era normal para um dia, segundo o chefe da polícia da cidade, Ian Hopkins. No entanto, nesta sexta-feira a polícia já recebeu 56 denúncias do mesmo delito.
O chefe da polícia de Manchester afirmou que embora ainda não se possa afirmar que os casos estão diretamente vinculados ao ataque, as forças de segurança estão monitorando a situação e apoiando a comunidade. Hopkins disse que enviou mensagens aos líderes religiosos locais e agradeceu o suporte dado às investigações.
— É importante que continuemos juntos, particularmente, contra algumas visões cheias de ódio que vimos de uma minoria da comunidade que não tem lugar em Manchester.
O policial afirmou que o nível de alerta de segurança do Reino Unido continua crítico e que foram apreendidos itens importantes para a investigação. Ele não quis dizer, no entanto, se as apreensões eram de materiais explosivos.
“Boa parte” da rede extremista islâmica envolvida no atentado de segunda-feira a Manchester já foi desmantelada, segundo o chefe do comando britânico de combate ao terrorismo, Mark Rowley. A polícia afirmou que a investigação segue com progressos "imensos", averiguando pistas importantes. A polícia trabalha com a hipótese de que o autor do massacre, Salman Abedi, de 22 anos, morto no ataque, era membro de uma célula extremista. Uma das evidências é a alta complexidade da bomba usada no atentado, o que poderia sugerir que mais de uma pessoa ajudou a fabricá-la.
Até o momento, oito pessoas permanecem detidas como parte da investigação. Todas elas são homens entre entre 18 e 38 anos. Duas mulheres foram liberadas, sem acusações. Nenhum dos detidos foi denunciado, pois, de acordo com a lei britânica, um suspeito por terrorismo pode ficar até 28 dias preso sem acusações. O pai e um irmão de Abedi também foram detidos na Líbia. Acredita-se que outro irmão do autor do ataque esteja entre os presos no Reino Unido, mas a polícia não divulgou os nomes.
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