Pai de menino encontrado em cela no PI também cumpriu pena por estupro
O pai do menino de 11 anos encontrado dentro da cela na Colônia Agrícola Penal Major César Oliveira, em Altos, no Piauí, foi identificado como Gilmar Francisco Gomes, de 48 anos, e também já cumpriu pena por estupro. Ele admitiu ao delegado Jarbas Lima, da 14ª Delegacia de Altos, Piauí, ter deixado o filho na companhia do detento José Ribamar Pereira Lima, de 65, por serem compadres.
O delegado abriu inquérito para apurar o caso e está colhendo o depoimento dos familiares e do preso.
"Estou muito arrependido. E não sabia que ia dar essa confusão. Eu deixei o meu filho a pedido dele, porque eu ia voltar no outro dia", informou Gilmar em depoimento ao delegado, ao lado da mãe da criança, a dona de casa Sebastiana Rodrigues Gomes, de 48 anos, que não tinha concordado com a permanência do filho no presídio.
Gomes já foi condenado a 10 anos de prisão pelo crime de estupro em 2012 contra uma menina de 12 anos no município de Alto Longá, no Piauí. Ele está em liberdade há seis meses e disse que voltou ao presídio para visitar o amigo.
A polícia apura os crimes de corrupção de menor, abandono de incapaz e estupro de vulnerável. De acordo com o secretário de Justiça do Piauí, Daniel Oliveira, outros oito presos estavam na cela com Lima.
Segundo o chefe da Assistência Militar da Secretaria de Justiça, Luís Antônio Pitombeira, a lei não proíbe a visitação de crianças em presídios se elas forem parente do detento. O secretário disse ainda que o controle de visitas ficará mais rigoroso e que a pasta tomou providências com medidas administrativas e a proibição da entrada de crianças no sistema prisional.
Ele não soube precisar a pena de Lima, mas confirmou que ele estava preso por crime sexual e estava na Colônia Agrícola em progressão do regime. O detento foi acusado e condenado pela prática de dois estupros, um em 2008 e outro em 2009.
O conselheiro tutelar Djan Moreira informou que o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Piauí se reuniu nesta terça-feira com o Conselho Tutelar de Teresina pedindo providências. Nesta quarta-feira, 4, as duas entidades terão uma audiência com o secretário de Justiça do Estado, Daniel Oliveira, para a adoção de providências que o caso requer.
Moreira afirmou que a conselheira Nazaré Castelo Branco está acompanhando o caso e que o exame de corpo delito realizado na criança não constatou a conjunção carnal, mas fala em atos libidinosos e estupro de vulnerável.
"O adolescente está negando, mas está sendo apurado. Existem várias versões para esse fato. Eles disseram que são amigos do preso e que a mãe do menor lava a roupa dele. De qualquer forma, está errado uma criança dentro do presídio e permanecer lá. É a primeira vez que vimos isso", finalizou.
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