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Prefeitura coloca onze mil contra o Zika e vistoria 72 mil casas

Por Portal Do Holanda

13/02/2016 13h50 — em
Educação



Mais de 11 mil pessoas foram às ruas da capital neste sábado, 13, pelo Dia de Mobilização “Zika Zero”, uma ação nacional de combate ao mosquito Aedes Aegypti, responsável por transmitir quatro sorotipos de Dengue e também a Febre Chikungunya e o Zika Vírus. A expectativa é vistoriar, somente nesse primeiro dia de mobilização, 72.813 imóveis, em 43 bairros.
Durante a abertura oficial da campanha, realizada na Vila Olímpica, zona Oeste da capital, com a presença do ministro chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, estiveram reunidos representantes da Prefeitura de Manaus, do Governo do Estado e das Forças Armadas, além de diversas autoridades políticas e entidades que apoiam a iniciativa.
De acordo com o prefeito Arthur Virgílio Neto, Manaus está entre as capitais com menor índice de infestação do mosquito e das doenças que o mesmo transmite. Ele afirmou que a prioridade é garantir a saúde das pessoas, sobretudo das mulheres grávidas, por conta da relação do Zika Vírus com a microcefalia em recém-nascidos.
“Estamos unidos para enfrentar um inimigo comum e Manaus vai fazer a sua parte para que o Brasil vença o Aedes e o Zika Vírus. Montamos um exército do bem para vistoriar casa a casa, mas precisamos do apoio de todos para que possamos vencer essa luta”, afirmou o prefeito, convocando a população para que também faça sua parte e não deixe água parada.
Ainda segundo o prefeito, além da saúde pública é importante avaliar os efeitos negativos que o alerta mundial pelo Zika Vírus, dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pode trazer. “Manaus se prepara para sediar os Jogos Olímpicos e precisamos ser rápidos em nossa resposta para mostrar aos turistas que não precisam ter medo de vir para cá. Assim como na Copa do Mundo, vamos estar preparados para recebê-los com conforto, segurança e livre do Zika Vírus”, destacou.
Na capital, a ação está sendo coordenada pela Prefeitura de Manaus, por intermédio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), em parceria com o Governo do Estado, via Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS) e Forças Armadas, envolvendo 11.220 pessoas, sendo 862 voluntários, 4.208 profissionais de saúde e 6.150 militares do Exército, Marinha e Aeronáutica. Todas as secretarias municipais estão envolvidas nas ações.
“A participação das Forças Armadas é fundamental, somando-se à nossa estrutura, principalmente, no interior do Estado. Em Manaus é onde se concentra cerca de metade da população do Amazonas, mas a outra metade está nos municípios, por isso precisamos dessa grande operação para alcançar até os lugares mais distantes”, disse o governador José Melo.
Segundo o comandante militar da Amazônia (CMA), general de exército Guilherme Cals Theóphilo, onde não houver a presença do Exército Brasileiro, a Marinha ou a Aeronáutica darão a ajuda necessária às estruturas de governo dos municípios do interior. “Todo o nosso efetivo, incluindo os 24 pelotões de fronteira, está recebendo os kits de saneamento básico para ajudar nesse controle e na eliminação dos criadouros de mosquito, além de realizarem a verificação dos estrangeiros que adentram o país”, completou.
Quanto aos recursos federais para o fortalecimento das ações, o ministro chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, disse que a presidente Dilma Rousseff garantiu que não faltará ajuda para os estados e municípios.
 
Pontos de atuação
A atuação das equipes de saúde e das Forças Armadas foi distribuída em 98 pontos estratégicos, com dois pontos de referência em cada zona da cidade. O prefeito Arthur Virgílio Neto fez questão de acompanhar os trabalhos em campo e acompanhou a visitação na zona Oeste da capital, que teve como ponto de referência o semáforo próximo ao clube do Sesc e outro no Mini Shopping da Compensa, próximo à feira.
Acompanhado do general Theóphilo, o prefeito percorreu algumas ruas da Compensa e conversou com os moradores, como o autônomo Carlos Antônio de Souza Brito, de 58 anos, morador da rua Amazonas. Na sua residência foi encontrada água parada em um vaso de planta, mas sem a presença de larvas. Depois de receber as orientações do agente de endemias, ele aprendeu a lição. “Agora vamos fazer tudo certinho e fazer a vistoria semanal da nossa casa. Aqui não vai ter vez para o mosquito”, garantiu.
A ação continua durante todo o sábado nas demais áreas da cidade. Na zona Leste, o ponto de referência foi no cruzamento da rua do Fuxico com Grande Circular e outro na avenida Pirarucu, em frente à Unidade Básica de Saúde (UBS) Gebes Medeiros, no Jorge Teixeira III. Na Norte, um foi em frente ao Shopping Samaúma, no Cidade Nova, e outro no semáforo próximo à UBS Arthur Virgílio, no Novo Aleixo. Na zona Sul, a referência foi na rotatória do Conjunto Eldorado, no Parque Dez, e em frente à igreja Nossa Senhora de Fátima, na Avenida Tarumã, no Praça 14.
 
LIRAa 2016
A mobilização leva em conta os resultados do primeiro Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) de 2016, em que profissionais do órgão já visitaram 29.493 imóveis, em todos os bairros da cidade, detectando locais com mais incidência de larvas do mosquito, eliminando os potenciais criadouros e orientando a população quanto para sinais e sintomas das doenças transmitidas e as formas de prevenção.
A partir do resultado do LIRAa, as ações são intensificadas para controle do vetor nos bairros de alto e médio risco estratificadas. Agentes de Controle de Endemias, Agentes Comunitários de Saúde, Militares e voluntários irão intensificar as atividades de educação em saúde com ampla implantação da estratégia ‘10 minutos contra o Aedes’ e, principalmente, promovendo maior envolvimento dos moradores e de lideranças dessas áreas, além de ações interinstitucionais com mutirão de limpeza urbana nas áreas de maior vulnerabilidade.
Neste primeiro LIRAa 2016, Manaus permanece em médio risco – quadro relativo aos valores entre 1,0 e 3,9 – para doenças transmitidas por esse vetor, com um Índice de Infestação Predial (IIP) de 1,8. Em 2015, foram realizados dois levantamentos, um em janeiro de 2015 com IIP de 3,5 e em novembro foi de 1,4 de índice. Estes resultados demonstram estabilidade do indicador para o período.
Há 17 bairros, porém, que apresentam grande variação no índice, com indicações para alto risco, como é o caso do Jorge Teixeira, São José, Zumbi, Armando Mendes, Coroado e Tancredo Neves, estes na zona Leste; do Novo Aleixo, Cidade de Deus e Cidade Nova, na zona Norte; do Redenção, Planalto, Alvorada e Dom Pedro, na zona Oeste; do Praça 14, Japiim, Parque 10, Flores, na zona Sul.
Ainda de acordo com o LIRAa, 41,2% dos depósitos que mais contribuem para a proliferação do mosquito Aedes aegypti são do tipo A2, considerados recipientes de armazenamento de água para consumo em nível de solo como tambores, tonéis, camburões, barril e tina. Seguido de 28,2% do tipo D2, lixos como garrafas, latas e ferro velho.
 
Centro de Operações

O Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (CIOCS) está atuando exclusivamente no trabalho de combate do Aedes Aegypti. Reúne os esforços de diversas instituições, do Estado e Município. No local, atuam 25 profissionais em atividades de promoção e educação em saúde, vigilância em saúde e ambiental e de atendimento do ‘Disque-Saúde’ (0800 280 8 280).
Em relação à promoção e educação em saúde são realizados curso de capacitação para formação de brigadas de combate ao Aedes em empresas e repartições públicas. Um levantamento apontou que as pessoas acometidas com as doenças transmitidas pelo mosquito têm entre 25 e 39 anos, sinalizando que podem ter sido infectadas no ambiente de trabalho, uma vez que o mosquito tem hábito diurno. Já foram implantadas 106 brigadas, com 764 pessoas capacitadas.
Pelo ‘Disque-Saúde’ a população pode fazer as denúncias de possíveis criadouros, inclusive de imóveis fechados, abandonados ou em construção. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, por meio do 0800 280 8 280. Até o momento foram registradas 1.473 denúncias, sendo já verificadas pelos agentes de endemias.
Nessa ação de combate permanente, 1.642 profissionais, entre agentes comunitários de saúde e de endemias, já atuam diretamente nas ruas. Diariamente, o CIOCS emite o Boletim Epidemiológico do Zika Vírus e até o dia 11 de fevereiro, foram registrados 390 casos suspeitos em Manaus. Desse total, 25 foram confirmados, sendo sete gestantes; 305 permanecem em investigação; e 60 foram descartados.
 

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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: Manaus, mosquito, zika vírus, Educação

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