Ministro israelense deseja ‘sucesso’ aos manifestantes no Irã
JERUSALÉM — O ministro israelense da Inteligência, Israel Katz, encorajou os protestos que tomam conta de dezenas de cidades iranianas, mas garantiu que o país não está envolvido nas questões internas do Irã.
— Eu apenas posso desejar sucesso ao povo iraniano na luta por liberdade e democracia — afirmou Katz, em entrevista à rádio Army, nesta segunda-feira. — Se o povo conseguir alcançar a liberdade e a democracia, muitas as ameaças contra Israel e toda a região irão desaparecer.
Os protestos iniciados na última quinta-feira são o maior desafio já enfrentados pelas lideranças religiosas no Irã desde 2009. Ao menos quatro pessoas foram mortas nas manifestações que se espalham pela capital Teerã e cerca de 50 outras cidades.
Israel sempre se posicionou contrário ao programa nuclear iraniano e ao apoio do governo xiita às guerrilhas islâmicas no Líbano e nos territórios ocupados da Palestina. Países árabes sunitas também compartilham destas preocupações.
Questionado se o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, seguiria o exemplo do presidente americano, Donald Trump, e ofereceria apoio aberto aos manifestantes, Katz afirmou:
— Israel se comprometeu a não se envolver nesta questão interna.
Na sexta-feira, os EUA enviaram mensagens de apoio aos iranianos que protestam contra o regime no país. Segundo a Casa Branca, a “população está cansada da corrupção e do financiamento de terroristas pelo regime”. Trump reafirmou a posição americana usando sua conta no Twitter.
“O governo do Irã deveria respeitar os direitos da sua população, incluindo o seu direito de se expressarem. O mundo está olhando”, afirmou o presidente americano.
A mensagem foi complementada ainda por um comunicado da porta-voz da diplomacia americana, Heather Nauert:
"Os dirigentes iranianos transformaram um país próspero dotado de uma história e de uma cultura ricas em um estado renegado à deriva, que exporta principalmente a violência, o banho de sangue e o caos", disse Nauert em nota. "Pedimos a todos os países a apoiar publicamente ao povo iraniano e suas demandas pelos direitos elementais e o fim da corrupção".
No domingo, autoridades iranianas culparam “agentes externos” pelos confrontos que resultaram na morte de dois manifestantes.
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