Corpo de ativista não apresenta lesões, diz perícia argentina
BUENOS AIRES — O corpo do ativista argentino Santiago Maldonado, que havia desparecido em 1º de agosto, não apresenta lesões, informou a perícia neste sábado. O cadáver foi encontrado na última terça-feira no rio Chubut, a poucos metros de onde o artesão de 28 anos havia sido visto pela última vez durante uma manifestação pelos índios mapuches dispersada pela polícia, na Patagônia. Manifestantes culpavam a Gendarmeria, uma força nacional responsável pela segurança nas fronteiras, pelo desaparecimento.
Após mais de 12 horas de autópsia, o juiz Gustavo Lleral informou que o corpo não apresentava lesões, mas que ainda não era possível determinar a causa da morte. O exame foi realizado na presença de dezenas de especialistas, como médicos, legistas, radiologistas e criminologistas, entre outros: 55 pessoas na sala, e mais 30 fora. O caso que ameaça influenciar as eleições legislativas deste domingo.
— Serão necessárias mais de duas semanas para determinar a causa da morte — disse Lleral.
Fontes ouvidas pelo jornal “La Nación”, no entanto, disseram que os primeiros sinais indicam afogamento. Outra questão que os peritos devem determinar é quanto tempo o corpo ficou na água.
— (A falta de lesões) não tira a responsabilidade da Gendarmeria. Por isso, continuamos investigando para que se saiba a verdade e haja justiça — disse Sergio Maldonado, irmão do artesão.
Neste domingo, a Argentina realiza eleições legislativas. A ex-presidente Cristina Kirchner, que tenta uma vaga no Senado, acusou o governo Maurício Macri pelo desaparecimento de Maldonado. Seu principal adversário, Esteban Bullrich, foi criticado por não comentar o tema.
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