Colômbia define candidatos de esquerda e direita à Presidência
BOGOTÁ - As coalizões de esquerda e direita da política na Colômbia definiram neste domingo seus candidatos às eleições presidenciais, marcadas para 27 de maio. As prévias foram realizadas em paralelo ao pleito legislativo que elegeu um novo Congresso para o país e teve pela primeira vez a participação de ex-guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) após o histórico acordo de paz com o governo, fechado em 2016.
— Pela primeira vez em mais de meio século, as Farc, no lugar de estarem sabotando as eleições, estão participando — comemorou o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.
Pouco mais de duas horas depois do fechamento das urnas, às 16h locais (18h em Brasília), o Registro Nacional Civil da Colômbia, responsável pela organização das eleições, confirmou que o senador Iván Duque ficou com a candidatura da direita, com pouco menos de 70% dos votos. Do Centro Democrático, liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe — um dos favoritos entre os candidatos ao Senado no pleito legislativo de ontem —, Duque derrotou a ex-ministra de Comércio Exterior e da Defesa Nacional Martha Lucía Ramírez, do Partido Conservador Colombiano, e o ex-procurador-geral Alejandro Ordóñez, do movimento “A Pátria de pé”.
À esquerda, a candidatura presidencial ficou com o ex-guerrilheiro do grupo rebelde M-19 e ex-prefeito de Bogotá Gustavo Petro, do Polo Democrático Alternativo. Com quase 85% dos votos, Petro derrotou seu único adversário na coalizão esquerdista “Inclusão Social pela Paz”, o ex-prefeito da cidade de Santa Marta Carlos Caicedo. As prévias presidenciais deste domingo foram marcadas pela falta de cédulas em alguns dos locais de votação, o que levou o Registro Nacional Civil a autorizar o uso de fotocópias das mesmas no pleito, desde que devidamente assinadas pelo presidente da mesas de votação.
Enquanto isso, a Força Alternativa Revolucionária do Comum, o partido que surgiu da guerrilha das Farc e assumiu a mesma sigla, busca superar a rejeição de muitos eleitores após décadas de luta armada. Pelos termos do acordo de paz, a Farc tem garantidas pelo menos cinco das 108 vagas no Senado e outras cinco das 172 cadeiras na Câmara. Até às 20h55 deste domingo, porém, com pouco mais de 20% das urnas das eleições legislativas apuradas, o novo partido contabilizava menos de 0,5% dos votos para o Senado e meros 0,19% para a Câmara.
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