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Chega a dez o número de manifestantes mortos em protestos no Irã

Por Agência O Globo

01/01/2018 9h01 — em
Mundo



TEERÃ — A televisão estatal iraniana informou que dez pessoas morreram nos protestos de rua no domingo. Chamados para a manutenção da mobilização nesta segunda-feira aumentam as chances de prolongamento da instabilidade, que vem sendo considerada o maior desafio para a República Islâmica desde os protestos reformistas de 2009.

“Nos eventos da noite de ontem, infelizmente, um total de dez pessoas foram mortas em várias cidades”, afirmou a TV estatal, acrescentando que seis pessoas foram mortas em Toyserkan. Anteriormente, a imprensa estatal já havia anuciado a morte de outras quatro pessoas em Izeh e Doroud.

O Irã é um grande produtor de petróleo e uma potência regional, mas a insatisfação interna é frequente com o envolvimento do país em conflitos na Síria e no Iraque, como parte da disputa por influência com a rival Arábia Saudita. Para a população local, o dinheiro que está sendo investido em guerras no exterior deveria gerar empregos para os iranianos.

As manifestações começaram na quinta-feira, na cidade de Mashhad, a segunda maior do país, contra o aumento do custo de vida, mas se espalhou rapidamente por outros centros urbanos e ganhou conotação política. Alguns manifestantes pedem a renúncia do líder religioso aiatolá Ali Khamenei e do governo, descrito como “ladrão”.

Os manifestantes se dizem indignados com a corrupção e com as dificuldades econômicas: o desemprego entre os jovens alcançou 28,8% no ano passado.

Nesta segunda-feira, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, voltou a ameaçar o uso da força contra os “agitadores e os que descumprirem a lei”.

"O povo responderá aos agitadores e aos que descumprirem a lei", que são uma "pequena minoria", declarou Rouhani, segundo o site da Presidência.

De acordo com a agência Reuters, a polícia reprimiu manifestantes no centro do Teerã com canhões d’água neste domingo. Os protestos também se tornaram violentos em Shahin Shahr, na região central do país. Vídeos divulgados em redes sociais mostraram manifestantes atacando policiais e incendiando um automóvel. Também há relatos de confrontos violentos na cidades de Sanandaj, Kermanshah, Chabahar, Ilam e Izeh.

Para tentar conter os protestos, o governo anunciou o bloqueio temporário dos aplicativos Instagram e Telegram, que vinham sendo usados como ferramentas para inflamar as manifestações. Também há relatos de que o acesso à internet móvel foi bloquado em algumas regiões do país.

“Irã, país número um no financiamento do terrorismo com inúmeras violações dos direitos humanos, agora bloqueou a internet para que manifestantes pacíficos não possam se comunicar”, criticou o presidente americano, Donald Trump, pelo Twitter.


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