Angelina Jolie chega a Ruanda para lutar contra estupros de guerra
LONDRES (AFP) - O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, e a atriz americana Angelina Jolie chegaram nesta segunda-feira a Ruanda para uma visita destinada a encorajar uma ação internacional contra o problema crescente e desatendido dos estupros de guerra, anunciou nesta segunda-feira o Foreign Office.
Hague e Jolie, enviada especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), devem se reunir com vítimas, representantes das organizações que as apoiam e autoridades locais durante esta visita a Ruanda e à vizinha República Democrática do Congo (RDC).
"O estupro é utilizado frequentemente como uma arma de guerra em zonas e conflito em todo o mundo. Destrói a vida das pessoas e das comunidades da maneira mais horrível imaginável", declarou Hague antes de viajar.
"No entanto, muitas vezes a comunidade internacional olha para o outro lado (...) Temos que acabar com esta cultura de impunidade. Chegou a hora de uma ação real, significativa dos governos do mundo para dizer que o uso do estupro como arma de guerra é inaceitável, para levar os que cometem estes atos perante a justiça e acabar com o estigma dos sobreviventes", acrescentou.
Esta visita conjunta do ministro e da atriz é uma continuação da colaboração que ambos iniciaram em maio de 2012 com o lançamento de uma campanha britânica para prevenir os estupros e a violência sexual em situações de conflito.
Foto: Reprodução
Hague converteu esta questão em uma das prioridades da reunião anual de ministros das Relações Exteriores do G8, que será realizada em abril em Londres.
Para Jolie, o objetivo da visita é "ouvir em primeira mão" as vítimas do conflito no leste da RDC, onde grupos rebeldes armados - apoiados, segundo a ONU, por Ruanda e Uganda - lutam contra o exército.
"Queremos identificar maneiras pelas quais a comunidade internacional pode ajudá-los a reconstruir suas vidas. Queremos aprender com sua experiência para ver como o mundo pode proteger milhares de mulheres, homens e crianças em risco de estupro em muitas outras zonas de conflito. E queremos persuadir os governos em todo o mundo para que concedam a este tema a atenção que merece", disse Jolie.
Angelina Jolie, reconhecida por seus trabalhos humanitários, dirigiu um filme sobre a violência contra a mulheres durante a guerra da Bósnia (1992-95), "Na Terra de Amor e Ódio", que estreou em 2012.
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