A ex-participante da quarta edição do "Big Brother Brasil" e atual advogada em Miami, Juliana Lopes Leite, de 34 anos, foi  citada como uma das beneficiadas das concessões de visto cedidas pelo senador democrata Robert Menendez. Ele responde a oito acusações envolvendo suspeitas de corrupção política, de acordo com a reportagem do jornal norte-americano "New York Post".

(Juliana ficou conhecida no BBB com o bordão "Ninguém merece")

Senador por Nova Jersey, Menendez é suspeito de usar sua influência política para facilitar a obtenção de vistos de permanência nos Estados Unidos de doadores de campanhas eleitorais - entre eles os das namoradas estrangeiras do oftalmologista Salomon Melgen.

Melgen é casado e foi indentificado como um dos maiores doadores de campanha do senador democrata graças aos laços de amizade entre eles. Uma atriz ucrianiana e duas dominicanas também são apontadas como beneficiadas do esquema de falicitação.

(Foto do site de advocacia onde Juliana atua)

De acordo com as investigações, o senador tinha conhecimento sobre Juliana ser uma das namoradas de Melgen. Ela admitiu à publicação que conhece o cirurgião, mas recusou-se comentar sobre o assunto. O cirurgião atualmente está preso por conta de processos envolvendo encargos de fraudes médicas e vai sendo mantido no Centro Federal de Detenção de Miami, diz o jornal.

A ex-BBB teve o visto pedido em 24 de julho de 2008, quando Menendez solicitou a um integrante do alto escalão do Departamento de Estado para dar maior atenção ao caso. Juliana, considerada a namorada "n° 1" do cirurgião, queria entrar nos EUA com visto de estudante para cursar Direito na Universidade de Miami.

Juliana Lopes Leite teve sua obtenção de visto 
facilitada por senador norte-americano 
(Foto: Reprodução/TV Globo)

Ela solicitou o visto no dia seguinte após a inscrição no curso. Natural de Brasília, a ex-BBB concluiu os estudos e se formou na universidade americana em 2010.​ 

Melgen e Menendez se conhecem desde 1993, quando voavam juntos várias vezes para a residência do médico na República Dominicana.

As intervenções do senador em prol do cirurgião se iniciaram em 1998, após Melgen ter pedidos de vistos para duas jovens dominicanas passarem as festas de final de ano com ele nos EUA negados.

O senador ajudou o médico, ligando pessoalmente para o embaixador no páis e, caso não funcionasse, entraria em contato diretamente com o Departamento de Estado.

As duas passaram por um novo procedimento de solicitação dos vistos, desta vez, com aprovação, segundo o "New York Post".