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Renan dal Zotto embarca para primeiro desfio pós-era Bernardinho

Por Agência O Globo

26/05/2017 17h05 — em
Esportes



Renan dal Zotto, de 56 anos, embarca neste domingo para o seu primeiro desafio como treinador da seleção brasileira de vôlei, pós-era Bernardinho. O Brasil disputa a Liga Mundial a partir de sexta-feira. Vencedor como atleta, técnico e dirigente, ele, um dos pilares da geração de prata (ficou em segundo nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984 e no Mundial de Buenos Aires, em 1982) admite que mesmo com bastante tempo de estrada, vai sentir a pressão. A seleção brasileira é a líder do ranking mundial.

— Vai mexer tudo aqui dentro — comenta, aos risos, levando as mãos à barriga. — Já deu o maior frio na barriga quando entrei em Saquarema para os treinos com a seleção. Porque eu ía ao CT para ver o trabalho do Zé Roberto e do Bernardinho, dar meus pitacos. Entrar lá nessa nova condição já foi muito legal — conta o treinador que se “aclimatou aos poucos”, já que seus atletas se apresentaram à conta gotas, de acordo com o encerramento da temporada de clubes.

Mesmo assim, Renan, que já falou que esse será o maior desafio da carreira, garante que se sente à vontade e mais preparado se comparado ao início da fase treinador, em 1993.

— Esse grupo é muito legal, foi bem adestrado pelo Bernardo. E tudo se tornou mais fácil por causa da receptividade que tive dos garotos. Todos foram disponíveis e eu não posso dizer absolutamente nada de atleta ter economizado em algum momento do treino. Todos renderam o máximo, se entregaram ao máximo, e isso para mim é muito confortante. Vejo que querem, que estão acreditando.

Renan dal Zotto encerrou a carreira como jogador em 1993. Logo de cara assumiu o time do Palmeiras. Após seis anos e três clubes (incluindo o Chapecó e o Olympikus, do Rio), assumiu outras funções no meio esportivo, como a de gestor na Unisul.

— Por mais que a gente tenha experiência como jogador, falta conteúdo. Na Unisul eu me capacitei, estudei principalmente sobre gestão de pessoas. Tanto que depois, como técnico de novo, no Cimed, fomos campeões da Superliga. Então hoje, me sinto mais apto em relação a isso, tirar o melhor de cada um, no momento mais importante. O técnico tem de ser um pouco psicólogo — pondera Renan, que não tem ideia de como será visto pelo público à beira da quadra. — Minha característica vai ser construída com o tempo. Posso dizer que, à beira da quadra, será de muita participação, de dar aos jogadores o tempo todo, quero estar próximo a eles, me comunicando com eles. Fora isso não sei se estarei sofrendo muito ou pouco.

O Brasil estreia na Liga Mundial contra a Polônia, em Pesaro, na Itália. No mesmo local, ainda enfrentará o Irã e os donos da casa. A segunda fase será em Varna, na Bulgária, contra Canadá, Polônia e Bulgária. Encerrando a etapa classificatória, o Brasil irá a Córdoba, na Argentina, e jogará contra os búlgaros, argentinos e sérvios. A fase final será disputada na Arena da Baixada, em Curitiba, entre os dias 4 e 8 de julho.

A seleção já tem vaga assegurada nesta etapa. Mesmo assim, Renan quer resultado. Mesmo que com um grupo mesclado, com quatro novatos e sem algumas peças importantes para o ciclo olímpico até Tóquio-2020.

— O Brasil não sabe ir para uma competição só para participar. A gente vai para vencer a maior quantidade de jogos possíveis. Em qualquer competição, com equipe titular ou uma mais jovem, o Brasil tem responsabilidade e é percebido por todos como um dos candidatos ao título.

Para a estreia, Renan deve começar com o líbero Tiago Brendle, o levantador Bruninho, o oposto Evandro, o ponteiro Lucarelli e os centrais Lucão e Maurício Souza. Sua única dúvida é em relação ao outro ponteiro passador. Para esta etapa, ele levará ainda Murilo Radke (levantador), Renan (oposto), Maurício Borges, Douglas e Rodriguinho (ponteiros), Éder e Otávio (centrais) e Thales (líbero).

Wallace, que se tornou pai recentemente, Rapha, que chegou muito bem após a Superliga e dará espaço ao novato Murilo Radke (que nunca defendeu a seleção), e Lipe, com o qual terão cuidado maior em relação à parte física, ficarão no Brasil.

Nesta sexta-feira, os jogadores do Brasil lançaram a nova camisa da seleção. É que a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) acaba de firmar nova parceria, por quatro anos, com a Asics. A marca de material esportivo é parceira do comitê de Tóquio-2020 e irá vestir todos os voluntários, além de ser uma das 10 patrocinadoras oficiais do evento. A Asics já foi procurada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) que, após os Jogos do Rio-2016, não mantiveram o apoio de material esportivo.


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