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Prêmio de R$ 5 milhões será auxílio emergencial para campeão paulista

Por Folha de São Paulo

05/08/2020 8h06 — em
Esportes



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A diferença entre ganhar ou perder o título do Campeonato Paulista não será apenas esportiva. Também pesará no orçamento de Corinthians ou Palmeiras, que disputam a taça a partir desta quarta-feira (5).

A Federação Paulista de Futebol (FPF) pagará uma premiação de R$ 5 milhões ao campeão e de R$ 1,6 milhão para o vice, definidos no próximo sábado (8).

Segundo dirigentes dos dois finalistas ouvidos pela reportagem, esse dinheiro virá em um momento complicado para os clubes e servirá como um auxílio emergencial. Amenizará o buraco do fluxo de caixa, permitindo honrar despesas recorrentes, como a folha de pagamento. Ambos dizem ainda não terem acordado o pagamento para atletas e comissão técnica no caso de título.

Há quase cinco meses, desde o dia 16 de março, com a paralisação do Estadual diante da pandemia de Covid-19, os times deixaram de embolsar com os itens do chamado "matchday" (ganhos com bilheteria, sócio-torcedor, camarotes e cadeiras cativas, além da comercialização de alimentos e bebidas no dia de jogo) e a cota dos direitos de transmissão paga pela Globo.

A emissora aguarda a conclusão da competição para quitar a última parcela do acordo válido para o Campeonato Paulista. Corinthians e Palmeiras, além de São Paulo e Santos, eliminados nas quartas de final, ainda têm a receber quase R$ 7 milhões cada um.

O alento é que a premiação pela conquista do Paulista não constava no orçamento anual das agremiações. Ou seja, será um ganho extra diante daquilo que estava planejado antes mesmo da crise sanitária e econômica.

"Premiação é sempre bom, e num momento como este ajudará bastante" disse Matias Romano Ávila, diretor financeiro do Corinthians. "Quando se faz o orçamento, calculamos receitas como a de patrocínios, licenciamentos de produtos, cotas de televisão, mas não tem como calcular uma possível premiação por desempenho."

Campeão das três últimas edições do torneio, o Corinthians se comprometeu a repassar ao elenco mais da metade dos R$ 5 milhões em 2018 (também numa decisão diante do Palmeiras) e em 2019, contra o São Paulo. "No ano passado demoramos, sim, mas pagamos a todos em setembro", afirmou Ávila.

Em seu orçamento, o Corinthians, que registrou déficit de quase R$ 200 milhões em 2019, estimava alcançar um superávit de R$ 40 mil neste ano.

A diretoria alvinegra, no entanto, considerava que o time chegaria pelo menos às oitavas de final da Libertadores e, com isso, faturaria R$ 27 milhões entre bilheterias e premiações paga pela Conmebol. A equipe de Tiago Nunes foi eliminada pelo Guaraní (PAR) na segunda fase eliminatória.

No balanço do primeiro semestre, o time apresentou um superávit de R$ 4,3 milhões, impulsionado por uma arrecadação de R$ 142 milhões com negociação de atletas -a principal foi a saída de Pedrinho para o Benfica.

Por outro lado, a dívida do clube se aproximou de R$ 900 milhões no período, sem levar em conta o empréstimo feito com a Caixa Econômica Federal para a construção da arena. O banco cobra na Justiça R$ 536 milhões do Corinthians, que afirma que o débito é de R$ 470 milhões.

A possibilidade de arrecadar os R$ 5 milhões animou os corintianos, que ficaram próximos da eliminação na primeira fase Campeonato Paulista. A FPF oferece menos de R$ 220 mil para o nono colocado em diante.

Com a volta do Estadual no dia 22 de julho, o time alvinegro venceu suas duas partidas da fase de grupos, inclusive contra o Palmeiras, por 1 a 0, e também contou com a ajuda do rival São Paulo (que bateu o Guarani na última rodada) para avançar às quartas de final.

O Palmeiras, apesar de ter uma situação financeira mais equilibrada, não está imune às consequências da pandemia. A diretoria alviverde reduziu os salários dos atletas em 25% nos meses de maio e junho, baseada na Medida Provisória 936, depois convertida na lei 14.020, que autoriza o corte dos vencimentos e jornadas de trabalhadores.

Depois de adiar o pagamento dos direitos de imagem desde abril, o Palmeiras deverá começar a quitá-los a partir deste mês. Os valores de abril serão divididos entre os meses de agosto e dezembro deste ano, enquanto os de maio serão divididos entre janeiro e junho de 2021.

Apesar de recorrer à MP, o Corinthians admite que está com a folha salarial atrasada. Em julho, a diretoria conseguiu pagar a folha de maio e admitiu pendências de março a junho.

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