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Pâmela Rosa é a ritmista do Brasil no skate

Por Agência O Globo

17/03/2018 15h03 — em
Esportes



Entrevistas recentes de Tite puseram o termo “ritmista” em uso no mundo do esporte. O técnico da seleção brasileira se refere ao meia criativo, que dita o ritmo do time, acelera e pausa o jogo, dá o último passe. O skate já encontrou sua ritmista, mas com uma explicação que dispensa metáforas.

Pâmela Rosa, destaque brasileira na categoria street, arrebenta com o skate sob os pés. Com as mãos, tira onda no ganzá, espécie de chocalho, integrando as baterias de duas escolas de samba em São Paulo.

No ritmo do samba, que escuta nos fones de ouvido sempre que está competindo, Pâmela é uma das atrações do STU Qualifying Series, evento dos Jogos Cariocas de Verão que termina hoje na Praça do Ó, na Barra da Tijuca.

O campeonato dá o pontapé inicial na corrida por um lugar na seleção brasileira de skate.

— Espero estar nessa seleção. Disputar uma Olimpíada é o sonho de qualquer atleta. Estou me dedicando muito para estar lá — diz Pâmela, 18 anos.

quase 100 skatistas em ação

Além de Pâmela, outras 20 mulheres e 72 homens estarão competindo neste fim de semana na Barra da Tijuca. O número de meninas chama a atenção em um esporte que por muito tempo foi considerado “coisa de menino”.

— Nossa, é muito bom isso (número de inscritas). Acho que nunca competi com tantas meninas aqui no Brasil. O esporte está crescendo muito, e o nível está incrível. Olha ali a Fadinha, como anda bem! — empolga-se Pâmela, apontando, durante a conversa, para a pequena Rayssa Leal, conhecida como Fadinha, bicampeã brasileira aos 11 anos.

Antes do crescimento do skate feminino, a família Rosa chegou a conviver com o preconceito no esporte. Mãe de Pâmela, Euvânia recorda que, na busca por patrocínio, ouvia gracinhas de muitas empresas.

— Algumas marcas falavam que eu tinha que dar uma boneca para ela. Muita gente não acreditava na Pâmela — afirma dona Eugênia.

A paulista de São José dos Campos insistiu no skate — sem esquecer do ganzá, claro — e os frutos foram aparecendo. A sala de troféus na sada da família é recheada de medalhas, incluindo dois ouros conquistados nos X-Games. O sonho, agora, é acrescentar mais uma medalha, a mais importante de todas, à coleção.

— Ganhar uma medalha olímpica não tem comparação com X-Games. Seria incrível. Uma coisa eu garanto: o Brasil vai voltar de Tóquio com alguma medalha no skate — aposta Pâmela.

‘diamante’

Dona Euvânia prefere nem pensar nisso ainda. Revelando que sofre muito e fica nervosa enquanto a filha, que chama de “diamante”, está acertando suas manobras durante os campeonatos (“Passa um filme na nossa cabeça, né”), a mãe de Pâmela Rosa garante que ir à Olimpíada de Tóquio já será uma vitória.

— Seria demais. É como ganhar uma medalha de ouro — afirma com orgulho.


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