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Ele vai: Rabiot o jovem talento francês

Por Agência O Globo

22/02/2018 17h02 — em
Esportes



É difícil ver Rabiot atuar e não ter a primeira impressão de que se trata de um jogador desengonçado, canhoto, de 1,88m e cabelos desleixadamente cacheados. Mas o jeitão peculiar não pode servir de desculpa para o engano: o meia é uma das principais revelações do futebol francês e abre caminho com suas passadas largas e uma dura experiência familiar para ser uma das referências do meio de campo da França na Copa do Mundo.

Aos 22 anos, possui carreira marcada pela precocidade - fez sua estreia na Liga dos Campeões em 2012, aos 17, pelo Paris Saint-Germain. Chegou ao clube guiado literalmente pelas mãos da mãe. Véronique Rabiot é também a agente do filho.

Nascido nos arredores da capital francesa, saiu de casa com uma bagagem emocional pesada, o que ajuda a explicar a maturidade e personalidade com que é descrito por companheiros de time e imprensa local: seu pai esteve totalmente paralisado por cinco anos, decorrência de um acidente vascular cerebral. Atualmente, ele só consegue se comunicar através do piscar dos olhos.

Seu primeiro treino em uma escolinha foi aos seis anos e Rabiot talvez seja, ao lado de Mbappé, quem melhor representa a juventude abrindo passagem no já talentoso grupo francês que disputou o Mundial no Brasil, quatro anos atrás. Isso porque enfrenta briga de cachorro grande para jogar e, por enquanto, está bem na fita. Atua na mesma faixa de campo que nomes do quilate de Pogba, Matuidi, Sissoko e Payet.

Um termômetro que mostra o quanto jogador está pronto foi a decisão do Paris Saint-Germain de abrir mão de Matuidi na atual temporada. O meia de 30 anos, referência do time desde 2011, chegou a 298 jogos pela equipe de Paris, mas não resistiu à ascensão de Rabiot entre os titulares e acabou negociado para a Juventus.

Até agora ele não tem feito falta muito graças ao desempenho de seu substituto. Rabiot é versátil, marca bem, mas também sabe jogar com a bola nos pés. Sempre pelo lado esquerdo, tem sido um dos jogadores que mais tabelam com Neymar na equipe parisiense. Na partida de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões, apareceu na grande área e foi quem fez o gol do PSG na derrota para o Real Madrid.

De certa forma, enfrenta no clube o mesmo desafio que a seleção francesa precisa superar. No Paris Saint-Germain, Rabiot joga com a cobrança de transformar a reconhecida qualidade do milionário elenco em títulos. Algo semelhante recai sobre os franceses depois da Eurocopa de 2016, quando a forte equipe treinada por Didier Deschamps perdeu o título em casa para Portugal sem Cristiano Ronaldo.

De lá para cá, a França se colocou à prova nas Eliminatórias para o Mundial e em amistosos. Perdeu para Espanha e Suécia, mas venceu rivais do nível de Itália, Inglaterra e Holanda. No último jogo disputado, empatou em 2 a 2 com a Alemanha na casa do rival, em Colonia, com o gol de empate dos anfitriões nos acréscimos. Nessa partida, Rabiot jogou durante os 90 minutos. É melhor não se enganar com a primeira impressão do filhinho da mamãe: Rabiot está pronto.


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