Coração da Copa, Moscou oferece um encontro com a história da humanidade
Andar por Moscou é deparar com a história em cada canto, caminhar por cenários de acontecimentos que marcaram a humanidade. Coração da próxima Copa do Mundo, a capital russa tem outro traço marcante, ligado a sua história recente: ser a terra dos bilionários.
Segundo levantamento da revista “Forbes”, Moscou ostentou por pelo menos uma década o título de cidade do mundo com o maior número de bilionários do planeta. O posto foi perdido em 2016, quando os 60 russos com bilhões de dólares em patrimônio faziam da cidade a terceira no ranking. Três deles com ligações diretas com o futebol.
O fim da União Soviética fez emergir um grupo de oligarcas que fizeram fortuna às custas de contatos políticos e influências no governo que os colocaram em posição privilegiada para a aquisição de ex-estatais, em especial no setor energético e de exploração de riquezas minerais. Alguns, direcionaram investimentos também para o futebol.
O caso mais famoso é o de Roman Abramovich, dono de empresas petrolíferas e de exploração de alumínio. Hoje o 137º colocado na lista dos mais ricos do mundo, é desde 2003 o dono do Chelsea, da Inglaterra. Um ano depois, sob acusações de ser “antipatriota”, passou a investir também no CSKA, principal clube russo.
Já Dmitry Rybolovlev, 79º na lista dos mais ricos e dono de uma fração das reservas de petróleo do país, comprou o Monaco, da França, apesar da recente redução no fluxo de investimentos. A razão para estancar a injeção de dinheiro foi “o divórcio mais caro do mundo”: ele teve que pagar quase R$ 11 bilhões à ex-mulher.
No futebol russo, o Anzhi Makhachkala teve como dono, até 2016, Suleyman Kerimov. Meses após a venda do clube, foi preso no aeroporto de Nice, acusado de evasão de divisas nos processos de compra de casas de luxo na Riviera Francesa.
A ascensão dos bilionários coincide com um agudo processos de concentração de riqueza. Estima-se que 2,5% da população detenham entre 70% e 80% dos bens do país.
Mas Moscou é mais do que isso. Além de oferecer cenários deslumbrantes, permite respirar história em todo canto. Até na rede de metrô. Consideradas joias arquitetônicas, estações como a de Mayakovskaya ganharam fama durante a Segunda Guerra Mundial ao servir de abrigo contra bombardeios da Alemanha nazista e ser palco de um discurso de Stálin.
A icônica Praça Vermelha é palco dos tradicionais desfiles militares que relembram a vitória dos bolcheviques na Revolução Russa de 1917. É considerada pela Unesco Patrimônio da Humanidade. Assim como o Kremlin, que abriga a residência oficial do presidente e é composto por cinco palácios e quatro catedrais, com edificações e fortificações que remetem à época dos czares.
Moscou será a única cidade com dois estádios na Copa: o do Spartak e o Luzhniki, palco da abertura e da final. A cidade receberá 12 jogos.
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