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Pare, olhe, escute e não cace Pokémon

Por Agência O Globo

27/08/2016 3h52 — em
Economia



Empresas ferroviárias do setor de carga do país querem ser riscadas das rotas do Pokémon Go. A ANTF, associação que reúne as companhias do setor no país, enviou pedido formal à Niantic, americana desenvolvedora do jogo de realidade aumentada, pedindo a exclusão das áreas de operação de seis grupos brasileiros do aplicativo que virou febre mundial. Argumenta haver risco até de morte para os jogadores. Por outro lado, distribuidoras de energia, como Light e Ampla, já lançaram campanhas sobre os riscos da caça a monstrinhos perto de suas instalações.

A MRS Logística, uma das empresas que integram a ANTF, também enviou e-mails pedindo para que Pokéstops (pontos para obter recursos no jogo) e Gyms (locais de batalha de Pokémons) sejam retirados de estações, terminais e outras instalações.

A Niantic confirmou que já recebeu solicitações de duas companhias brasileiras. “Não podemos confirmar o status de solicitações de remoção para locais específicos de PokéStop e Gym no Pokémon Go, mas estamos agindo rapidamente para analisar e resolver todos esses pedidos”, informou a empresa em nota.

A MRS destaca que o problema está no uso de smartphones — sobretudo associado a fones de ouvido — em áreas que oferecem risco às pessoas. É que, com os olhos grudados à tela do telefone celular e sem poder escutar, o usuário fica alheio aos alertas de segurança usados em ferrovias, que são baseados em estímulos visuais e sonoros.

Desde 2014, a companhia registrou seis acidentes causados pelo uso de celular em sua área de atuação, dois deles resultaram em morte. O último foi mês passado, quando um jovem de 21 anos — que não estava jogando Pokémon Go — foi atropelado por um trem, em Juiz de Fora (MG).

— Como ele usava fones de ouvido e estava olhando para o celular, não ouviu o trem se aproximar, apesar dos avisos do maquinista e da sinalização. O trem leva 300 metros para parar depois de acionado o freio — conta Marcelo Kanhan, gerente de comunicação da companhia.

Num esforço para reduzir os riscos de novos acidentes, a MRS lançou uma campanha em redes sociais.

A ANTF enviou e-mail em nome da MRS e de outras cinco associadas no último dia 17. Ontem, ainda sem resposta da Niantic, enviou novo comunicado, complementar ao primeiro, com as coordenadas sobre as localidades que pede para serem retiradas do território de caça dos pokémons.

Na semana em que o Pokémon Go chegou ao Brasil, a Ampla começou a divulgar dicas de segurança para evitar que jogadores cacem os monstrinhos em subestações de energia. A Light fez o mesmo, com vídeo dizendo que a segurança do jogador vale mais pontos.

— Somente funcionários capacitados podem entrar em subestações ou subir em postes. De resto, há alto risco de queda e choque elétrico — explica André Velloso, gerente regional da Light.

O Detran-RJ também saiu em campo para frear o uso de celulares por pedestres em vias de trânsito de veículos e também por motoristas. Um rapaz de16 anos morreu atropelado dois anos atrás ao atravessar uma rua da Tijuca enquanto jogava um game de realidade aumentada.

Na página do Pokémon Go na internet, a Niantic explica que o jogo foi desenvolvido para ser usado ao ar livre, implicando em riscos. E que o usuário deve estar atento. A cada vez que é acionado, o aplicativo avisa sobre como jogar em segurança.


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