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Oi negocia com credores aporte de US$ 1 bilhão para investimento

Por Agência O Globo

26/07/2016 3h52 — em
Economia



RIO - A Oi e os credores que compraram títulos emitidos pela tele carioca no exterior já definiram os principais conceitos do plano de renegociação das dívidas, após o pedido de recuperação judicial feito pela companhia no mês passado. De acordo com uma fonte a par das negociações, a proposta inclui a redução da dívida total que consta no plano de recuperação, de R$ 65,4 bilhões, para R$ 25,4 bilhões. Além disso, os credores (chamados de bondholders) já acenaram com a intenção de injetar US$ 1 bilhão em capital novo na operadora.

Esses credores — um grupo de 70 instituições financeiras — está sendo assessorado financeiramente pela Moelis & Company. A Moelis, por sua vez, vem negociando os termos do acordo com a PJT, consultora financeira da Oi. A Moelis já reuniu mais de 40% dos credores internacionais da companhia. Ou seja, representa R$ 13,6 bilhões dos R$ 34 bilhões de dívidas desta categoria de credor.

— Dentro do grupo da Moelis, metade dos credores é composto por um grupo de oito investidores. São esses investidores que estão dispostos a injetar US$ 1 bilhão em capital novo para investimentos da Oi — disse uma fonte.

Caso a proposta se confirme, o montante equivaleria a 80% do que a operadora investiu no ano passado (R$ 4,1 bilhões) e ajudaria a viabilizar seu plano de investimentos.

Outro conceito que vem norteando as negociações é a redução da dívida. Credores e empresa trabalham com uma queda de R$ 40 bilhões na dívida da tele.

— O objetivo é reduzir a relação entre a dívida líquida e a geração de caixa (Ebitda) para menos de 3 vezes. Esse indicador está fora de controle. E, para isso, o único jeito é converter dívida em ações. Antes da recuperação judicial, eles teriam 95% da empresa. Hoje, o número ainda está sendo discutido — ressaltou a fonte.

Outro ponto crucial das conversas é a extensão do prazo de vencimento das dívidas. A ideia é que esse prazo seja alongado para entre sete e 15 anos. Antes da recuperação judicial, grande parte da dívida vencia em dois anos.

— Esse alongamento é essencial, pois hoje a companhia não tem acesso a crédito, pois as agências de classificação de risco reduziram suas notas de crédito. Assim, com o novo perfil de dívida, a ideia é que o custo dos juros tenha queda, no caso de necessidade de acesso ao mercado de crédito — destacou a fonte.

Porém, a proposta precisa do aval de todos os credores. Para isso, será convocada uma assembleia de credores. Essa fonte destacou que a proposta, para ser aceita, precisa ter o aval da maioria simples dos presentes, desde que respeitado o quórum mínimo de acionistas para a assembleia, que é de 51%. A Moelis não quis comentar.

Ontem, o “fundo abutre” Aurelius enviou uma carta a credores criticando a Moelis e as possíveis propostas em elaboração. O fundo diz que a Moelis está se baseando em “informações incompletas e equivocadas sobre a legislação brasileira”. Já a Moelis disse que “está comprometida em identificar formas de recuperação de valor para a Oi”.

Ontem, o juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) concedeu liminar à Oi determinando que os Correios, credores da tele, restabeleçam o serviço de envio de faturas aos clientes, que havia sido suspenso. Em sua decisão, o juiz decidiu aplicar multa diária de R$ 1 milhão em caso de descumprimento. Por isso, a Oi decidiu prorrogar a data do vencimento.


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