Megainvestidor George Soros fatura com o Brexit
LONDRES - George Soros, que afirmara antes do referendo britânico que o Brexit traria forte desvalorização da libra e uma crise para as finanças das pessoas comuns parece ter registrado grande lucro da inesperada saída do Reino Unido da UE.
O bilionário é amplamente conhecido por ter “quebrado” o Banco da Inglaterra em 1992, quando apostou contra a libra, no dia que ficou conhecido como “Black Wednesday”, e teria ganho 1,5 bilhão de libras.
Embora o montante exato amealhado por Soros depois do Brexit não seja conhecido, documentos públicos mostram que ele dobrou suas apostas no começo do ano de que as ações cairiam.
Desde o referendo, na quinta-feira, os valores de ações e a cotação da libra foram fortemente afetados. Na sexta-feira, a moeda britânica alcançou seu menor valor em relação ao dólar desde 1985.
Soros também investiu pesado em ouro, cujo valor subiu, após o resultado do referendo, ao maior patamar desde 2014, com os investidores procurando ativos considerados seguros.
Antes do referendo, o megainvestidor nascido na Hungria comprou US$ 264 milhões da maior mineradora de ouro, a Barrick Gold.
Quatro dias antes do resultado da votação, Soros escreveu um artigo no jornal britânico no “The Guardian” afirmando que “um voto pelo Brexit tornaria algumas pessoas muito ricas — mais a maioria dos eleitores consideravelmente mais pobre.”
Em 1992, a histórica aposta de Soros contra a libra ajudou a forçar o governo a retirar a moeda da negociação no European Exchange Rate Mechanism, após a cotação da divisa despencar 15%.
Mas Soros, cuja fortuna já somava 18 bilhões de libras antes do referendo, não foi o único investidor a conseguir um grande ganho com o Brexit.
Crispin Odey, chefe da Odey Asset management, apoiou financeiramente a campanha pela saída do Reino Unido e apostou cerca de 7,5 bilhões de sua empresa de que o Brexit aconteceria. Ele teria ganho mais de 220 milhões como resultado da vitória do Brexit.
— Eu acho que eu posso ser o vencedor. Eu tive um ano bem difícil — disse Odey, um dos homens mais ricos do Reino Unido, à agência de notícias Reuters.
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