Marun diz que rebaixamento é 'revés' que não deve ser subestimado
BRASÍLIA — Enquanto o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, minimiza o do Brasil pela agência de classificação de risco , o ministro da Secretaria de Governo, , admitiu nesta segunda-feira que o fato gerou um "revés" para o governo, e que o rebaixamento não pode e nem deve ser subestimado.
O ministro citou índices econômicos positivos e disse que o país teve um bom Natal, mas reforçou que, sem a aprovação da reforma da Previdência, o Brasil está "fadado a um futuro de incertezas".
— O Brasil vive um bom momento, inflação baixíssima, juro baixíssimo, tivemos um excelente Natal, mas sofremos um revés com esse rebaixamento, revés que não podemos e não devemos subestimar. Mas isso vem a corroborar o que o governo vem dizendo há um bom tempo: sem aprovar uma modernização na Previdência, o Brasil tem poucas chances de viver um futuro de prosperidade e está quase fadado a um futuro de incertezas — afirmou Marun.
O ministro também admitiu que o rebaixamento pela Standard & Poor's, e a possibilidade de a nota do Brasil também ser rebaixada por outras agências de classificação de risco, ocorre por conta de um "futuro ainda incerto" no país, com a dúvida sobre a aprovação da reforma previdenciária.
— O rebaixamento em si não é um fato econômico, mas ele traz a opinião de que mesmo vivendo hoje situação econômica até invejável, o futuro ainda está incerto para esta avaliadora de risco e pode ser para outras e também para o governo.
Carlos Marun foi vago quando questionado sobre as ofensivas para ganhar votos para aprovar a reforma da Previdência. O ministro garantiu que o governo está trabalhando e que vem aglutinando novos apoios, mas sem detalhar quais. Ele voltou a dizer que há uma preocupação dos deputados em aprovar a proposta por conta da proximidade do calendário eleitoral, discurso que vem sendo repetido à exaustão. Marun não explicou, no entanto, o que há de concreto sendo feito que ajude o governo a aprovar a reforma, e disse apenas que vê uma boa vontade na sociedade em fazer passar a proposta.
— Não é que não vamos nos preocupar com número, mas não vamos trabalhar revelando números agora — afirmou, perguntado sobre o ganho de votos para aprovar a Previdência.
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