Draghi pode escolher saída antecipada de programa de compra de ativos
FRANKFURT - Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, pode estar considerando optar pela rota mais rápida para a normalização da política monetária do que o inicialmente esperado. A maioria dos economistas ouvidos pela Bloomberg espera que Draghi revise as diretrizes para juros e programa de compra de ativos na reunião de junho — seis meses antes do previsto na pesquisa anterior.
Divergências públicas entre legisladores sênior nas últimas semanas estimularam especulações de que o BCE está próximo de sinalizar o fim de seus extraordinário pacote de estímulo.
Enquanto Draghi tem tentado conter esse falatório, e as eleições francesas — cujo primeiro turno aconteceu neste domingo — ainda representa uma ameaça para a zona do euro, a recuperação da região, que vem se reforçando continuamente, pode convencê-lo a, pelo menos, dar pistas sobre sua estratégia para a saída da estratégia monetária atual.
— Supondo que não haja grandes choques, então o BCE vai querer começar a retirar o estímulo monetário, ainda que em um ritmo modesto — avaliou Alan McQuaid, um economista da Merrion Capital, em Dublin. — É provável que comece mudando as diretrizes após a eleição francesa.
No encontro do BCE previsto para a próxima quinta-feira em Frankfurt, pode começar a discussão dessa saída que, até agora, só foi citada em aparições públicas e entrevistas a meios de comunicação. Em março, após uma reunião do Conselho de Governo, Draghi afirmara que este não era um tópico em debate. E, em discurso no início de abril, destacou que a economia não oferecia bases para “alterar nossa avaliação das projeções para inflação”.
Muito disso depende dos sinais vindos da eleição francesa, na qual Marine Le Pen faz campanha usando uma plataforma anti-euro e anti-União Europeia. Segundo pesquisas de boca de urna, .
Hoje, o BCE diz esperar manter os juros “nos níveis atuais ou mais baixos por um período estendido” e até “bem depois” do fim do programa de compra de ativos, chamado de (QE).
Uma vez que a autoridade monetária tenha iniciado a comunicação que vai levar ao fim do QE e dos juros ultrabaixos, economistas preveem que a ação será mais rápida do que esperada anteriormente.
Mais de 60 dos analistas esperam que a redução do QE seja anunciada em setembro deste ano, com 93% acreditando que a diminuição acontecerá a partir do primeiro trimestre de 2018 — prazo antes indicado por apenas 88% dos entrevistados.
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