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Após protestos, chanceleres se reúnem para discutir acordo entre Mercosul e União Europeia

Por Agência O Globo

16/03/2018 20h03 — em
Economia



BRASÍLIA — Um dia depois de uma manifestação de 50 eurodeputados do Grupo da Esquerda Unitária Europeia pedindo a suspensão "imediata" das negociações do acordo do Mercosul com a União Europeia, por causa do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), chanceleres de oito países membros e associados do bloco se reuniram nesta sexta-feira, no Paraguai, para discutir as próximas etapas do acordo comercial. A previsão é que as negociações serão concluídas ainda no primeiro semestre deste ano. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira, disse que o assassinato de Marielle não deverá interferir nas negociações, que caminham bem.

Os 50 eurodeputados de esquerda que encaminharam o documento pedindo a suspensão das negociações para a vice-presidente da Comissão Europeia, Federica Mogherini, pertencem a partidos comunistas e socialistas, como o Podemos, e representam cerca de 7% dos 750 assentos no Parlamento da UE.

— Não tem nada a ver. Estamos indo muito bem. A reunião de hoje destinou-se à apresentação do resultado de uma semana de reuniões técnicas ocorridas em Assunção com vistas a unificar as posições dos quatro sócios do nosso bloco sobre algumas questões cruciais para a conclusão do acordo com a União Europeia. Já estamos em condições de ingressar na etapa final — respondeu o chanceler brasileiro, ao ser questionado sobre a manifestação dos eurodeputados pedindo a suspensão das negociações, por causa do assassinato de Marielle.

Em sua página nas redes sociais, o ministro Aloysio Nunes postou uma foto da reunião e escreveu: “Mais uma reunião de Ministros do Exterior e da Indústria do Mercosul, no Paraguai, preparando acordo com a União Europeia”. Também no twitter o presidente do Paraguai, Horácio Cartes, publicou notícia do encontro com os chanceleres que teria “o propósito de informar sobre os avanços das negociações para o acordo comercial do Mercosul com a União Europeia”.

Com a proximidade de fechamento de um processo negociador que durou quase 20 anos, crescem as pressões contrárias ao acordo. Há duas semanas, quando estourou a terceira fase da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, agricultores franceses fizeram manifestações pedindo a suspensão da conversas. França, Espanha e Irlanda estão entre os mais resistentes ao acordo de livre comércio entre os dois blocos regionais.


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