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Alegando estar sob ataques, BRF anuncia que fechará unidade em Goiás

Por Agência O Globo

15/06/2018 8h59 — em
Economia



BRASÍLIA - A vai desativar sua unidade de abate de perus no município de , em Goiás. A informação foi dada nesta terça-feira, em audiência pública no Senado, pelo CEO da empresa no Cone Sul e vice-presidente de eficiência corporativa, Jorge Lima. Segundo ele, o grupo, líder no mercado em carnes de aves, foi duramente atingido pelas últimas barreiras adotadas pela União Europeia, Arábia Saudita e, mais recentemente, China.

— O Brasil está sob ataque. Há um ataque frontal cujo objetivo é reduzir preços e diminuir nossas exportações. A questão é que não temos mais para onde vender — disse Lima, acrescentando que grandes países consumidores, como os Estados Unidos, são auto suficientes na produção de perus.

Uma das maiores companhias de alimentos do mundo, a BRF possui mais de 30 marcas, entre elas Sadia e Perdigão. A empresa reúne cerca de 13 mil produtores integrados, mais de 30 mil fornecedores (4 mil apenas de grãos, farelos e óleos), 240 mil clientes em todo o mundo e 110 mil empregados.

A BRF esteve envolvida na Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal em março de 2017, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. Um ano depois, a PF anunciou a Operação Trapaça, em que o nome do grupo apareceu novamente. Isso causou o embargo pela União Europeia.

— Investigação tem que ter nome e CPF. Não se pode culpar a BRF, se alguém fez alguma coisa errada— disse o representante da empresa.

Ele disse que a BRF está refazendo seu parque fabril, especificamente no estado de Goiás. Afirmou que a empresa voltará a operar em Rio Verde, após as férias coletivas, mas não tem mais como manter a linha de perus, em Mineiros. Garantiu, ainda, que a produção de frangos, suínos e outros produtos continuará.

De acordo com Jorge Lima, o jogo dos compradores internacionais é pesado: na União Europeia, o embargo à carne de frango tem à frente França e Holanda. A televisão francesa, ressaltou, tem veiculado propaganda contra a carne brasileira, ilustrou.

— Já a China está nos forçando a reduzir preço e exportação — afirmou, lembrando que a Arábia Saudita passou a fazer exigências fora dos padrões normais no mercado halal, voltados para os muçulmanos.

Também presente na audiência pública, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que o que está ocorrendo em Goiás reflete o que passa o Brasil. Enfatizou que o país tem aumentando sua produção e exportação de proteína animal, o que inclui carnes de frango, bovina e suína. E, na medida em que há esse crescimento, concorrentes internacionais ficam incomodados.

— À medida que o Brasil vai se tornando mais competitivo, vamos atraindo mais raios sobre nós, mais atenção sobre nós. Vamos crescendo e recebendo pancadas.


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