Após a Superintendência da Zona Franca de Manaus (ZFM) firmar parceria com a Prefeitura de Manaus para a recuperação das vias do Distrito Industrial (DI), o deputado José Ricardo Wendling (PT) afirmou que essa ação de tapa-buracos é paliativa e não vai resolver o problema por completo. Ele lembrou nesta quinta-feira (24) que até hoje não se definiu quem é o responsável pelas ruas da área, se a Suframa, se a Prefeitura ou até mesmo o Governo do Estado.

“Um local importante e estratégico, onde está localizado as empresas que geram emprego e renda ao Estado e que é a principal fonte de arrecadação de impostos estaduais, além de um grande fluxo de veículos, dentre eles carretas e caminhões. Por toda essa importância, o Distrito deveria ser um cartão postal da cidade, tanto para os seus moradores, quanto para os turistas, mas, principalmente, para os futuros investidores. Mas o que vimos até hoje foram anos de abandono, com muitos buracos, calçadas e meios-fios com muita sujeira e matagal e ainda os poderes públicos jogando a responsabilidade para um e para outro, quando todos deveriam fazer a sua parte, tanto o executivo estadual quanto o municipal”, declarou o parlamentar.

 Já com relação à responsabilidade da Suframa, José Ricardo questionou sobre os recursos federais que haviam sido liberados no final do ano passado para a recuperação das ruas do DI, tapa-buracos e iluminação, cerca de R$ 150 milhões. O recurso era oriundo de emenda da bancada do Amazonas ao Orçamento de 2016, como ação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a ser executada por meio de transferência obrigatória. “Cadê esses recursos? Dessa forma, muita coisa fica nebulosa nessa história porque não há transparência”.

 Para ele, a área do Distrito tem que ser tratada com responsabilidade e planejamento, pensando no quesito mobilidade urbana. Por isso, a proposta defendida por José Ricardo é a criação de ciclovias na área, para facilitar a locomoção de muitos trabalhadores às empresas e depois para casa ou para a faculdade. “Mas, infelizmente, hoje temos um prefeito, conhecido na lista da Odebrecht como ‘kimono’, que é inoperante, não tem planejamento urbano e não cumpre o que promete. Porque havia prometido construir 80 quilômetros de ciclovias na cidade, mas só pintou 2,5 quilômetros de calçada na Boulevard, além de ter pintado o símbolo do ciclista pela avenida Getúlio Vargas, e ainda pretendia gastar mais de R$ 22 milhões”, disse o deputado, ressaltando que está acontecendo na cidade o 6º Fórum de Bicicletas Manaus, do qual participou da abertura, na noite da última terça (21), e presenciou muitos jovens se manifestando contra o prefeito Arthur e suas promessas não cumpridas. “E o resultado dessa falta de planejamento vemos no jornal: ciclista atropelado, com braço quebrado”, anunciou.

Audiências Públicas aprovadas

A Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa da Aleam, presidida pelo deputado José Ricardo, aprovou nesta quinta-feira três (3) requerimentos de realização de Audiência Pública para debater os seguintes temas: Conflitos Agrários e Moradia no Amazonas; Serviços dos Correios no Amazonas e Projeto Amazônia Conectada, ambos sem datas definidas para realização do debate.

De acordo com José Ricardo, autor das propostas, debater o tema sobre os conflitos agrários é urgente e necessário, principalmente em Manaus e nos municípios próximos à capital, devido aos constantes conflitos de terra que ocorrem nessa região. Por isso, esse debate contará com a participação da presidenta da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Regina Souza (PT/PI), e dos presidentes das comissões de Direitos Humanos da Câmara Federal, bem como de outros estados. “A situação dos conflitos agrários em nosso estado é alarmante. Dados levantados pela Comissão Pastoral de Terra (CPT) mostram que em 2016, somente no Amazonas, houve registro de 32 pessoas ameaçadas de morte e 12 áreas de conflitos agrários. Mas temos outras comunidades do Estado que também precisam de ações prioritárias do Poder Público e da Justiça, como Aurora e Nova Aurora, no Iranduba; Maniquara (Manacapuru); Terra Santa (Presidente Figueiredo); Novo Paraíso e Frederico Veiga (Tarumã/Manaus)”, destacou o parlamentar.

Com relação à segunda audiência, os assuntos debatidos serão a qualidade dos serviços postais prestados à população de Manaus, a privatização dos Correios, a falta de Contratação e o déficit financeiro da instituição. A audiência será realizada em parceria com a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação, Informática e Inovação, além da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca, Aquicultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.

Segundo José Ricardo, debater esse assunto é de grande relevância para o Amazonas, pois em vários lugares longínquos do interior do estado, os serviços dos Correios levam cidadania á população. Por conta disso, ele destacou que os resultados do debate serão levados ao Governo Federal para devidas providências.

A terceira audiência aprovada, que será realizada em conjunto com a Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação, Informática e Inovação, discutirá a continuidade do programa que começou no Governo do PT, cujo objetivo era levar conectividade a todos os lugares do Amazonas. No entanto, foi interrompido por ocasião da crise política que se instalou no país. “Além de levar a internet aos lugares mais distantes do Amazonas, o que ajudará na melhora da comunicação, ajudará também na melhoria da saúde, da educação, do meio ambiente, dentre outras áreas, pois esse projeto não implica em levar somente a fibra ótica ao interior, mas também levará cidadania aos moradores desses locais”, destacou José Ricardo.