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Estrelas poderão ficar invisíveis para habitantes da Terra, alerta cientista

Por Portal Do Holanda

21/12/2016 23h29 — em
Meio Ambiente



O bombeamento na atmosfera da Terra de partículas de aerossóis para neutralizar os efeitos de aquecimento global e retardar eventual mudança climática fará a luz da maioria das estrelas se tornar invisível ao olho humano, conforme matéria no site Space.com. 

"Este método para equacionar a questão do clima funciona muito rápido, é muito barato e pode ser feito, de fato, já hoje. Mas surge imediatamente a questão se esse retardamento do aquecimento global vale os efeitos negativos provocados pelas emissões de aerossóis para a atmosfera", afirmou Charlie Zender, professor e cientista radicado na Universidade da Califórnia em Irvine (EUA). 

Conforme o professsor, os aerossóis — gotículas microscópicas de líquidos e partículas sólidas — refletem parte dos raios solares e contribuem para a condensação da umidade nas nuvens, o que "esfria" muito o nosso planeta. A maioria dos climatologistas sugere que a maior parte dos aerossóis é formada graças à ação de vapores de amônia e de ácido sulfúrico nas camadas baixas da atmosfera. 

De acordo com pesquisas recentes sobre o clima na Terra, o forte aumento da concentração de aerossóis na atmosfera ao longo dos últimos 10-15 anos foi uma das razões pelas quais o aquecimento global tem retardado um pouco seu progresso nos anos 2000. 

Por essa razão, muitos cientistas pensam hoje em dia seriamente em começar semeando artificialmente a atmosfera da Terra com aerossóis para uma desaceleração ainda maior do aquecimento.  

Segundo Zender, tal solução terá muitos efeitos negativos, alguns dos quais com forte impacto sobre a astronomia e a aparência do céu. Como demonstram seus cálculos, a adição de um grande número de aerossóis vai fazer com que a poluição luminosa do céu noturno, gerada por fontes artificiais de luz na Terra, aumentará significativamente, porque estas gotículas podem reflectir a luz vinda não só "de cima", a partir da Lua e do Sol, mas também "de baixo".  

Mais importante é o que este aumento vai afetar a visbilidade do céu em todo o território do planeta, porque os aerossóis serão distribuídos uniformemente por toda a atmosfera da Terra. Como resultado, as estrelas mais fracas, que agora são pouco visíveis nos recantos mais escuros do mundo, vão se tornar praticamente invisíveis a olho nu e a telescópios simples.  

Outro problema é que as gotículas dos aerossóis vão refletir a própria luz das estrelas, galáxias e outros objetos cósmicos distantes, tornando-os ainda mais pálidos. Conforme Zender, na maior parte do mundo habitado o brilho do céu noturno vai aumentar em 25%, o que torna praticamente todas as estrelas, até mesmo as mais brilhantes delas, invisíveis aos habitantes de todas as megalópoles.  

Esse "sacrifício" pode parecer pequeno, mas, como ressalta o astrônomo da Universidade da Califórnia , "hoje em dia nós não sabemos quase nada sobre como a luz das estrelas afeta a vida e vários processos naturais da Terra". 

Luz para orientação
Zender cita como exemplo os escaravelhos africanos, que usam a luz da Via Láctea para orientação no espaço e seu desaparecimento do céu terá impacto muito negativo na vida desses insetos. Outro exemplo, acrescenta Zender, são as jovens tartarugas marinhas que precisam de escuridão nas primeiras horas e dias após a eclosão dos ovos.

Postos positivos
Mas a ideia também tem postos positivos. Os aerossóis reflexivos dispersam a luz solar tentando alcançar a Terra, esfriando a atmosfera. Os cientistas acreditam que o aerossol certo, nas quantidades corretas, distribuído no lugar certo na estratosfera poderia esfriar o planeta o suficiente para não apenas parar, mas reverter o efeito de aquecimento global provocado por gases de efeito estufa.

Com informações da space.com


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