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Sonda Juno faz primeiro voo rasante em Júpiter

Por Agência O Globo

27/08/2016 3h52 — em



RIO - Quase dois meses depois da ousada manobra que a colocou na órbita de Júpiter no início de julho, a sonda Juno, da Nasa, realiza na manhã deste sábado seu primeiro voo rasante sobre o maior planeta do Sistema Solar. Segundo a agência espacial americana, às 9h51, no horário de Brasília, a Juno vai passar a meros 4,2 mil quilômetros acima da grossa camada de nuvens no topo da atmosfera de Júpiter — a maior aproximação prevista durante toda sua missão primária que deverá durar até fevereiro de 2018 — à fabulosa velocidade de 208 mil km/h em relação ao planeta. Além disso, será a primeira vez que todos os instrumentos da sonda estarão ligados e voltados para o gigante gasoso.

— Esta será a primeira vez que chegarem perto de Júpiter desde que entramos em órbita em 4 de julho — diz Scott Bolton, cientista-chefe da missão junto ao Instituto de Pesquisas Southwest, em San Antonio, Texas. — Então, desligamos todos nossos instrumentos para nos focarmos no acionamento do foguete para pôr a Juno na órbita em torno de Júpiter. De lá para cá, inspecionamos a Juno de proa a popa e vice-versa. Ainda temos mais testes para fazer, mas estamos confiantes de que tudo está funcionando bem, então para este sobrevoo os olhos e ouvidos da Juno, nossos instrumentos científicos, estarão bem abertos. Esta é nossa primeira oportunidade de realmente observar de perto do rei de nosso Sistema Solar e começar a desvendar como ele funciona.

Ainda de acordo com a Nasa, embora os dados científicos coletados pela Juno durante o rasante devam ser transmitidos para a Terra em poucos dias, sua interpretação e primeiros resultados não são esperados tão cedo.

— Nenhuma outra nave espacial orbitou Júpiter tão de perto ou sobre os polos deste jeito — destaca Steve Levin, cientista de projeto da Juno no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL) em Pasadena, Califórnia. — Esta será nossa primeira oportunidade de fazer isso e deveremos ter surpresas, assim, temos que dar tempo para nos assegurarmos que nossas conclusões estão corretas.

O mesmo, no entanto, não se aplica à chamada JunoCam, câmera de alta resolução em luz visível incluída na missão a pedido do público, junto aos demais oito e sensíveis instrumentos científicos da sonda, em uma iniciativa de divulgação científica da Nasa. Segundo a agência espacial americana, as imagens captadas pela JunoCam neste sobrevoo — que deverão incluir as primeiras visões de perto dos polos Norte e Sul do planeta já obtidas pela Humanidade, assim como de sua atmosfera — estão previstas para serem divulgadas ao longo da semana.

Orçada em US$ 1,1 bilhão (cerca de R$ 3,6 bilhões), a missão Juno tem como principal objetivo ajudar a revelar os mistérios da origem de Júpiter — provavelmente o primeiro planeta a se formar na nuvem de gás e poeira que circundava o recém-nascido Sol há cerca de 4,6 bilhões de anos —, e desta forma obter pistas sobre a formação do próprio Sistema Solar. Lançada pela Nasa em 5 de agosto de 2011, a sonda percorreu cerca de 2,8 bilhões de quilômetros durante quase cinco anos até chegar a Júpiter em julho último.


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