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Fim de semana terá chuva de meteoros gerada pela poeira do cometa Halley

Por Agência O Globo

20/10/2017 17h10 — em



RIO - Este fim de semana, e ao longo dos dias seguintes, quem puder se afastar das grandes cidades poderá ver um belo espetáculo no céu durante as madrugadas. Isto porque, desde o início do mês e até o começo de novembro, a Terra atravessa uma trilha de detritos deixada pelo cometa Halley por suas passagens pelo interior do Sistema Solar ao longo dos séculos. Assim, neste período costuma haver um aumento na visualização das chamadas “estrelas cadentes”, na verdade pequenas rochas e grãos de poeira que se incendeiam do topo da atmosfera a velocidades que podem passar dos 230 mil quilômetros por hora, em fenômenos conhecidos como “chuvas de meteoros”.

Neste caso, a “chuva” é batizada Oriônidas por ter seu chamado radiante - a região do céu de onde a maior parte das “estrelas cadentes” parece estar “saindo” -, próximo à constelação de Órion, mais conhecida no Brasil pelo asterismo “Três Marias”. Considerada uma chuva de meteoros de intensidade moderada, a previsão é de que as Oriônidas deste ano atinjam seu pico entre madrugada deste sábado e a de domingo, com uma taxa de 15 a 20 meteoros por hora. Em outros anos, no entanto, o fenômeno chegou a registrar auges de até 80 “estrelas cadentes” por hora.

Como o brilho deste tipo de fenômeno em geral é muito fraco, sua visualização é muito difícil em centros urbanos, em especial grandes cidades como o Rio, onde a poluição luminosa “apaga” as estrelas no céu. Assim, para melhor observação, a recomendação dos especialistas é procurar um lugar mais escuro possível, longe de fontes de iluminação, sem nuvens e com o horizonte livre na direção Leste, onde a constelação de Órion vai surgir por volta das 22h30 (horário de Brasília) e lentamente se encaminhar para a direção Norte e o zênite (o “topo” do céu), antes de “sumir” com o nascer do Sol.

- É o tipo de fenômeno que não precisa de nenhum instrumento para ser observado, feito pela natureza para ser visto a olho nu mesmo – destaca Alexandre Cherman, astrônomo da Fundação Planetário do Rio de Janeiro. - É só ficar confortável esperando o espetáculo.

Embora não seja das mais “intensas”, a chuva das Oriônidas é uma das chuvas de meteoros periódicas de visualização mais fácil. Isto porque não só a constelação do radiante é facilmente reconhecível pela maioria das pessoas como ele está numa região do céu com boa visibilidade tanto nos hemisférios Norte quanto no Sul. Assim, as Oriônidas podem ser observadas em praticamente todos os continentes do planeta, com exceção da Antártica. E este ano a chuva tem ainda a vantagem de coincidir com uma época de Lua nova, de forma que o brilho do satélite também não vai atrapalhar a observação das tênues “estrelas cadentes”.

- Todo mundo conhece as “Três Marias” e elas ficam em cima do equador celeste, bem no meio do céu, então dá para ver a chuva de quase todas as latitudes - acrescenta Cherman.

A alta velocidade e o pequeno tamanho dos detritos que provocam as Oriônidas fazem com que sejam praticamente nulas as chances de um destes meteoros chegar ao solo, quando então passam a ser conhecidos como meteoritos. Essas características, no entanto, também podem reforçar a beleza do espetáculo, já que cerca da metade das estrelas cadentes da chuva devem formar o que se chamam “trilhas persistentes”, traços de gás ionizado que continuam a brilhar durante mais alguns segundos depois de o meteoro ter sido vaporizado.

Os destroços do Halley também são apontados como responsáveis por outra chuva de meteoros conhecida como Eta-Aquarídeas, cujos picos costumam ocorrer no início de maio. A última passagem do cometa pelo interior do Sistema Solar ocorreu em 1986 e a próxima está prevista para acontecer em 2061.


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ASSUNTOS: chuva de meteoros, cometa Halley, Nasa

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