Um dia após confusão, audiência pública discute reforma da previdência de SP
SÃO PAULO - Um dia depois da confusão entre servidores públicos municipais e a força policial em frente à Câmara dos Vereadores de São Paulo, sindicatos e movimentos sociais voltaram à frente da sede do legislativo paulistano, onde ocorre uma audiência pública que discute a reforma da previdência no município. Os organizadores da manifestação falam na presença de 80 mil funcionários.
Ontem, seis pessoas ficaram feridas, incluindo cinco funcionários públicos e um idoso que não participava do protesto. Os manifestantes forçaram a entrada no prédio para acompanhar uma audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça. A Polícia Militar reagiu com bombas de gás. Em meio à confusão, vidraças das portas da Câmara foram quebradas.
O projeto de lei proposto pelo prefeito João Doria quer mudar o sistema previdenciário municipal e pretende aumentar a alíquota de contribuição dos servidores de 11% para 14%. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindsep) questiona o projeto e diz que alguns servidores chegam a receber um salário base menor que o salário mínimo.
Na audiência, uma das representantes dos sindicatos questionou os vereadores sobre a aprovação do projeto em meio à possibilidade do prefeito deixar o cargo para se candidatar ao governo de São Paulo.
A audiência que ocorre no salão nobre da Câmara Municipal foi marcada pela discussão entre uma servidora pública e o vereador Adilson Amadeu (PTB). Em sua fala na audiência pública, a funcionária citou uma maleta que estaria correndo os corredores da Câmara. O vereador ficou nervoso e bateu boca com ela e outros manifestantes presentes.
- Então ela prova quem que pegou a mala e de onde veio. Eu não devo e não temo. Ela foi infeliz - disse o vereador.
Na saída do salão, o vereador se envolveu em outra confusão com um professor presente na audiência pública.
- O vereador ficou revoltado quando falaram que receberam essa mala de dinheiro. Quando ele voltou, chacoalhou a professora pelo braço e eu disse que ele não podia fazer isso. Ele vestiu a carapuça - disse João Batista Paes de Barros.
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