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Suplicy é detido durante reintegração de posse em São Paulo

Por Agência O Globo

25/07/2016 19h52 — em
Brasil



SÃO PAULO - O ex-senador e candidato a vereador Eduardo Suplicy (PT) foi detido na manhã desta segunda-feira , na Zona Oeste de São Paulo por desobediência. Suplicy e mais duas pessoas foram levados ao 75º DP, no Jardim Arpoador.

Suplicy foi liberado após assinar um termo circunstanciado, no início da tarde. Ele disse que se deitou no chão para evitar a violência entre policiais e moradores durante a reintegração de posse.

— Quando vi de um lado um grupo de policiais avançando junto a uma escavadeira e de outro os moradores fiquei com receio que pudesse haver uma cena de violência incontrolável. Então, me deitei para prevenir e evitar isso.

O ex-senador disse que não houve abusos por parte da polícia durante sua prisão.

— Não acredito que houve abuso porque eu próprio disse a eles para me levarem se quiserem. Teve um momento que estavam me levando com certa força e eu chamei a atenção. Depois, me levaram com mais respeito.

O ouvidor das polícias de São Paulo, Júlio César Fernandes Neves, acompanhou o petista durante a ocorrência para verificar sua integridade física. Ao deixar a delegacia, Suplicy disse que foi bem tratado pelas autoridades policiais e até brincou com a situação:

— Inclusive ficamos conversando no caminho para cá numa boa com os (policiais) que me carregaram e me colocaram na viatura. Dos 15 aos 21 anos eu treinei boxe, participei do campeonato da Gazeta Esportiva e procuro me manter sempre em boa forma. Se necessário for, eu sei como fazer. Mas continuo um grande discípulo da não violência.

Nas redes sociais, por meio de sua assessoria de imprensa, o petista havia dito que “a truculência da Polícia Militar do governo Alckmin é inaceitável. Se fazem isso com um ex-senador da República, imagine o que sofre a população que tanto precisa de apoio”.

O governo de São Paulo criticou a atuação do ex-senador. Em nota assinada pela Secretaria da Casa Civil,

A nota diz que “lamenta que o ex-senador Eduardo Suplicy tenha aproveitado a fragilidade de famílias para tumultuar uma reintegração de posse em cumprimento a uma ordem judicial solicitada pela prefeitura de São Paulo, dona do terreno”. Segundo o governo Alckmin, parte das 400 famílias que estavam morando no terreno já havia se retirado da área e três reuniões prévias haviam sido realizadas.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que “manifestantes obstruíram a via com barricadas e atearam fogo em um ônibus. Um policial militar ficou ferido por estilhaço de bala de arma de fogo.” Sobre Suplicy, a pasta diz que a PM ele “desobedeceu a ordem dos oficiais de Justiça de desobstruir a via e teve que ser retirado do local pelos policiais”. Outras duas pessoas foram detidas.

De acordo com a polícia foram registrados três boletins de ocorrência – sobre o roubo do ônibus, um flagrante de desacato e lesão corporal, e tentativa de homicídio (relacionado ao policial ferido). Também foram registrados e dois termos circunstanciados – um por desobediência (o de Suplicy) e outro por incitação ao crime.

Desde o início desta manhã, moradores realizaram protesto contra reintegração de posse de um terreno que pertence à prefeitura de São Paulo. Mais cedo, eles chegaram a entrar em confronto com policiais da Tropa de Choque e até atearam fogo em um ônibus para impedir a aproximação da polícia e do oficial de Justiça. As chamas foram controladas rapidamente.

Por volta das 8h, quando a tropa chegou ao local, moradores jogaram pedras nos policias que revidaram com bombas de efeito moral e gás lacrimogênio. Ao todo, 350 famílias ocupavam a área.

Devido ao protesto, segundo a SPTrans, cinco linhas de ônibus foram afetadas e não circulam na região, que fica próxima à rodovia Raposo Tavares. Os moradores dali têm que andar até o km 17 da via para conseguir pegar um ônibus.

Em nota, a Prefeitura disse que a área ocupada apresenta risco elevado de desabamento, o que inviabiliza construção de moradia popular. “A Defesa Civil do município estudou a possibilidade de retirar apenas parte dos barracos, mas concluiu que isso colocaria os demais barracos em risco, por causa da fragilidade estrutural do conjunto. A reintegração de posse é uma determinação judicial e os moradores foram avisados previamente sobre a desocupação. Ao todo, 211 famílias residem no local e já estão cadastradas no programa habitacional da Prefeitura de São Paulo”, informou a administração municipal.


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