Professor da Uerj é ouvido como informante no julgamento do impeachment
BRASÍLIA — A sessão do julgamento do impeachment com a presença de testemunhas foi retomada por volta das 19h40 no Senado. O pedido do advogado de defesa de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, para que o professor de Direito Financeiro da Uerj Ricardo Lodi seja ouvido como informante foi acatado por Ricardo Lewandowski.
A acusação contestou a presença de Lodi e defendeu que ele não fosse ouvido. Alegou que ele estaria impedido de atuar no julgamento porque auxiliou na defesa de Dilma durante o processo. Ele foi assistente pericial no processo.
— Nós reconhecemos o impedimento, nós o arrolamos para depois o converter em informante. A figura do informante é justamente porque está impedido ou é suspeito. Não vejo nenhum problema que, na posição de informante, seja ouvido o professor — disse Cardozo.
O ministro Ricardo Lewandowski, que preside a sessão, negou o pedido da acusação para impedir que Ricardo Lodi falasse. Lewandowski afirmou que o período para este pedido já está ultrapassado e que, mesmo que não houvesse pedido da defesa, ele próprio tem interesse em ouvir o que Ricardo Lodi tem a dizer.
— A matéria está preclusa. A defesa pediu a qualificação da testemunha como informante e nós sabemos que o informante não está sujeito a impedimento. Como este é um processo que se assemelha ao do juri, nós queremos, pela importância desse julgamento, atingir a verdade real -- afirmou o ministro.
— Ricardo Lodi está aqui na qualidade de informante, ele não presta compromisso, apenas informações. Se não fosse a pedido da defesa, seria, e agora será, a pedido do presidente, que tem interesse no esclarecimento dos fatos — concluiu Lewandowski.
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