BRASÍLIA – A presidente do Supremo Tribunal Federal (), ministra , disse nesta quinta-feira que foi concluída a aberta a pedido dela pela Polícia Federal () sobre menções feitas a ministros da Corte por delatores da. Segundo a presidente, o relatório final do inquérito não revela nenhuma conduta ilícita por parte de integrantes da Corte, como davam a entender os executivos do grupo empresarial. Com isso, a ministra anunciou que vai arquivar o caso.

— Não foram encontradas gravações que mostrassem ministros do STF cometendo qualquer ato ilícito. Sobre esse STF, que tem o compromisso da guarda da Constituição, que tem como um dos princípios a moralidade pública, não poderia pender a mais leve dúvida sobre a conduta daqueles que integram o STF. Não houve e não há qualquer dúvida extraída de qualquer documento sobre a conduta de qualquer ministro do STF que tenha chegado a esta presidência. Quanto a isso, todos os cidadãos brasileiros podem continuar confiando que esse tribunal tem compromisso com a ética, como tem que ter todo servidor público — declarou a ministra no início da sessão plenária do tribunal.

O relatório das investigações foi encaminhado a Cármen Lúcia pelo diretor da PF, Rogério Galloro. O pedido de abertura de inquérito policial foi feito em setembro de 2017. Na ocasião, a ministra declarou que as citações feitas por delatores da J&F afetavam a “honorabilidade” dos ministros do STF.

A descoberta do novo áudio com a conversa entre os delatores fez o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, rever a delação de executivos da empresa. Isso porque a gravação revelava fatos que não haviam sido mencionados antes. E omissões são vedadas pelo acordo firmado com o Ministério Público Federal.